FOGO faz estragos em antigo cinema ao ar livre que Parede quer reabilitar
Por REDAÇÃO
20 junho 2023 | 17h54
Longe do fulgor de outros tempos, votado ao abandono durante décadas, apesar dos esforços de um grupo de cidadãos cinéfilos que têm lutado pela sua reabilitação, o ‘Cinema Parque Oceano’ – um cinema ao ar livre- tem vindo a degradar-se numa das áreas nobres da Parede e voltou a ser palco de mais um incêndio.
Desta vez, o fogo atingiu a chamada área técnica do ecrâ panorâmico, mas segundo disse, a Cascais24Horas, Pedro Araújo, Comandante dos Bombeiros de Parede, “não foi o primeiro incêndio registado no local nos últimos tempos”.
Ainda segundo o Comandante Pedro Araújo, “o alerta para o incêndio foi dado no dia 10 de junho, pelas 23h19, tendo comparecido cinco operacionais com dois veículos do Corpo de Bombeiros, bem como uma patrulha da PSP”.
“A operação de extinção demorou cerca de uma hora”, revelou o Comandante Pedro Araújo, também ele um defensor da reabilitação do antigo cinema ao ar livre, que classifica como um símbolo e um ex-libris da Parede, que faz parte da história local.
O antigo cinema localiza-se na rua Domingos José Morais, na Parede (sul).
Era um cinema ao ar livre com um ecrã panorâmico, que contava com uma plateia, 1.º e 2.º balcões, casas de banho e um bar de apoio.
As cadeiras eram de madeira.
As aberturas visíveis, no ecrã panorâmico, destinavam-se aos altifalantes. Aplicava-se uma tela por cima quando era exibido um filme.
A proprietária do espaço é a Parque Oceano, Lda, uma empresa com o Código de Atividade Económica 59140, com atividade na projeção de filmes e de vídeos.
Conflito entre herdeiros “trava” reabilitação
O antigo cinema ao ar livre está situado em terreno privado e, consta, que depois da morte do dono, os herdeiros terão entrado em conflito, não havendo consenso, enquanto o espaço veem-se degradando de ano para ano.
Em 2016, um grupo de cidadãos concorreu ao Orçamento Participativo (OP) para restaurar o espaço e fazer reviver o cinema ao ar livre.
O projeto “ Cinema ao Ar Livre” venceu na primeira fase, mas acabou por chumbar na avaliação técnica do Cascais Participa, precisamente pela falta de consenso entre aqueles que herdaram o espaço.
Por tratar-se de um espaço privado, a Câmara Municipal de Cascais nada pode fazer para ajudar na sua reabilitação e devolver à população de Parede um ex-libris – único no concelho- que faz parte da sua história, embora o grupo de cidadãos assegure que não desiste!