25 de April, 2025
“CARREIRAS foi de moto-serra” à manif contra o betão que juntou quase meio milhar
Ambiente

“CARREIRAS foi de moto-serra” à manif contra o betão que juntou quase meio milhar

Abr 6, 2025

CARCAVELOS- Não esteve lá, mas no sentido figurativo e teatral até, alguém encarregou-se de “representar” Carlos Carreiras e a Alves Ribeiro na manifestação contra o betão organizada pela SOS Quinta dos Ingleses- organização não governamental ambiental- que juntou, este sábado, à tarde, quase meio milhar de pessoas na rotunda da avenida Jorge V, junto à praia de Carcavelos.

Foi um momento que gerou algum alarido, quando dois indivíduos surgiram na rotunda, ambos de fato e gravata, um mais sujo do que o outro e usando máscaras, uma delas representativa de Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais desde 2011 e em último mandato, a empunhar uma moto-serra, de brincar, e preso por uma trela ao da Alves Ribeiro.

“Esta manifestação teve por objetivo contestar, não apenas a destruição da Quinta dos Ingleses, mas também das restantes áreas verdes de Cascais, o alargamento do aeródromo de Tires e a perda de qualidade de vida provocada por aquilo que definem como “a betonização do concelho”, disse, a propósito, o Vice-presidente da SOS Quinta dos Ingleses, Pedro Jordão.

Marcaram presença movimentos e associações de todo o concelho (entre elas o Fórum por Carcavelos, Grupo Ecológico de Cascais e a recente Associação Respirar Cascais), representativas de todas as áreas onde espaços verdes significativos têm vindo a ser substituídos por construções dirigidas ao mercado de luxo que não resolve, apenas agrava, o problema da habitação, com os problemas de poluição e perda da qualidade de vida que daí advêm.

A manifestação reuniu pessoas de todas as idades, desde crianças a pessoas idosas, que durante mais de duas horas participaram no protesto, com cartazes e palavras de ordem a favor da preservação da natureza, contra a política seguida pelo executivo de Cascais e contra a Alves Ribeiro e a St. Julian’s School, promotores da mega urbanização prevista para a Quinta dos Ingleses.

Recorda-se que as obras estão em curso, tendo, inclusivamente, sido abatidas dezenas de

árvores, apesar de ainda não estar decidida a ação judicial interposta pela SOS Quinta dos Ingleses.

Além dos cartazes e de um grupo de percussionistas que tocou durante mais de uma hora, um enorme muro de prédios vermelhos foi colocado ao longo da rotunda do lado do mar, enquanto as centenas de pessoas presentes manifestavam-se com palavras de ordem e assobios e automobilistas buzinavam em sinal de apoio à iniciativa.

Alguns dos manifestantes entrevistados sublinharam “a importância da preservação da natureza e a veemente oposição à destruição da Quinta dos Ingleses, que consideram um património único e insubstituível para Cascais, tanto do ponto de vista histórico, como ambiental”. Além disso, a perda da biodiversidade, o previsível desaparecimento da Praia de Carcavelos e do surf, o excesso de construção, a perda da qualidade de vida, o aumento da poluição, o aumento do ruído, o desaparecimento de áreas naturais essenciais ao bem-estar e à saúde da população cascalense foram outros dos temas e preocupações refletidos nos cartazes e nas frases proferidas pelos participantes nesta manifestação.

No final da manifestação, que decorreu sem quaisquer incidentes, Pedro Jordão, Vice-presidente da SOS Quinta dos Ingleses, em declarações a Cascais24Horas, calculou que “mais de 400 pessoas participaram neste protesto contra as políticas de betão do executivo cascalense. “Tratou-se de mais uma ação de repudio às políticas de urbanização desmesurada e à eliminação dos espaços verdes e naturais, que têm descaraterizado o concelho de Cascais”, concluiu.

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