20 de November, 2024
INSEGURANÇA. Pouco mais de 200 guardas para quase 900 reclusos nas duas cadeias de Cascais
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INSEGURANÇA. Pouco mais de 200 guardas para quase 900 reclusos nas duas cadeias de Cascais

Jun 26, 2024

Notícia Publicada às 16h55

Os dois estabelecimentos prisionais situados no concelho de Cascais vivem condições de insegurança, em que para quase 900 reclusos existem pouco mais de duas centenas de efetivos do Corpo da Guarda Prisional, apurou Cascais24Horas.

A falta de condições de segurança tem vindo a refletir-se em agressões a guardas prisionais no interior das cadeias de Tires, na freguesia de São Domingos de Rana, e do Linhó na freguesia de Alcabideche.

A última agressão conhecida registou-se, esta terça-feira, de manhã, na cadeia de Tires, em que uma guarda prisional foi violentamente agredida ao procurar separar duas reclusas em luta.

A alegada agressora, 26 anos, segundo noticiou, entretanto, o CM, foi uma reclusa, de nacionalidade brasileira, que está a cumprir pena por tráfico internacional de droga. Trata-se, segundo, ainda, o CM, de uma reclusa conflituosa, referenciada como sendo autora de frequentes confrontos com outras companheiras no meio prisional.

A guarda prisional teve que receber tratamento no Hospital de Cascais e deverá permanecer de baixa nos próximos dias.

ESTABELECIMENTO prisional de Tires onde uma guarda foi agredida por reclusa brasileira

O Estabelecimento Prisional de Tires alberga atualmente cerca de 370 reclusas e, recorda-se, nos últimos tempos, tem vindo a ser até alvo de incursões noturnas por parte de intrusos, além de, pelo menos, registar a fuga de uma reclusa, recapturada uma semana depois.

Em declarações a Cascais24Horas, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, lamentou mais esta agressão no interior de estabelecimentos prisionais e sublinhou a necessidade de serem criadas maiores condições de segurança, que passam pelo aumento de efetivos.

ALTA perigosidade no Linhó

Também o Estabelecimento Prisional do Linhó, com cerca de 460 reclusos, muitos de alta perigosidade, enfrenta graves problemas de segurança, com a falta de guardas prisionais.

CADEIA do Linhó alberga população prisional de alta perigosidade

De resto, não é por acaso que o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional ameaça com uma greve total para o Linhó entre os dias 2 e 31 de julho, de acordo com um pré-aviso enviado há dias ao primeiro-ministro, ministro das Finanças e, entre outros, ao diretor-geral de Reinserção e dos Serviços Prisionais e diretora do Estabelecimento Prisional do Linhó.

Só desde o início do ano quase duas dezenas de guardas prisionais foram vítimas de agressão nas cadeias portuguesas, embora este número possa estar muito abaixo da realidade.

SINDICATO pede reunião de urgência no Parlamento

Perante a sucessão de agressões a guardas nas cadeias, de Norte a Sul do País, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional enviou, esta quarta-feira, aos líderes dos grupos parlamentares um ofício no qual é solicitada uma reunião de urgência à Subcomissão para a Reinserção Social e Assuntos Prisionais, confirmou, a Cascais24Horas, Frederico Morais.

FREDERICO Morais, presidente do principal sindicato da Guarda Prisional

“É urgente resolver este problema e não podemos continuar a permitir que os guardas prisionais continuem a ser agredidos de forma gratuita”, acrescentou o presidente do maior sindicato representativo do Corpo da Guarda Prisional.

“Está na altura da Assembleia da República tomar decisões, porque estão em causa responsabilidades, quer politicas, quer morais”, concluiu Frederico Morais, segundo o qual “é urgente prevenir, tomando medidas, o ambiente explosivo que tende a agravar-se nas cadeias”.

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