UM ´”HOTEL DE PARIS” NO ESTORIL
Foi fundado em 11 de fevereiro em 1899 por León Lacam, em Santo António do Estoril ( actual Estoril), perto do ´´Convento de Santo António´´ e junto à ´´Estrela Real´´ e atrás dos Caminhos de Ferro.
Até à implementação do projecto da firma ´´Figueiredo & Sousa´´, – constituída por Fausto Figueiredo e Augusto Carreira de Sousa – a partir de 1914, ( actual Estoril) continuava a ser sobretudo divulgado pelo seu pinhal e parque termal inserido sobretudo, inserido na quinta de José Viana da Silva Carvalho.
Existiam, então, dois estabelecimentos termais, inaugurados em 1880 e 1894, respectivamente, assim como um grupo de casas de aluguer instaladas no Parque do Viana, a quem se deveu, depois, a construção do edifício para o hotel, defronte da linha férrea, que viria a ser adquirido pelo francês ´´Leóm Lacam´´ e que viria a ser o ´´Hotel Paris´´. Para além da quinta do Viana, outras parcelas adquiridas, pertenciam ás antigas quintas do Machado e do Caldas.
O ´´Hotel Paris´´ torna-se a primeira unidade hoteleira a entrar em funcionamento nesta região, igualmente afamada pela sua praia, hoje conhecida por ´´Tamariz´´, onde se destacam três belíssimos exemplares de arquitectura de veraneio: o ´´Chalet Barros´´, ´´Chalet Schroter´´e da ´´Casa de São Roque´´.
Entretanto em 1913, já este hotel pertencia a Emile Renaut , que não o seria, naquele lugar. por muito mais tempo, já que em 1914, teriam início as demolições da vasta área da antiga ´´Quinta do Viana´´, entretanto adquirida pela firma ´´Figueiredo & Sousa´´, para dar lugar ao grandioso e arrojado projecto de Fausto Figueiredo.
Num artigo do ´´Jornal a Capital´´ de 26 de agosto de 1918 podia-se ler:
No rés do chão, n´um comprimento de algumas dezenas de metros estende-se um terraço vastíssimo, todo, cheio de mesas, onde no verão, são servidos os admiráveis e tradicionais jantares e almoços do Hotel-Restaurant Paris a que um mestre habilíssimo de cozinha sabe dar os mais delicados tons de gosto.
É o seu inteligente proprietário que vem n´um requinte de amabilidade receber-nos. Chama-se Louis Vergani e é bem conhecido entre todos o que habitualmente viajam pelo País. É socio do Grande Hotel Club das Caldas das Felgueiras e foi durante largos anos, gerente do Hotel Inglaterra, e de outros hotéis no Monte Estoril.
No Hotel Restaurant Paris, que conta com cinquenta aposentos, fala-se francês, inglês, italiano e espanhol, o que é uma enorme vantagem para a clientela cosmopolita que é a que mais o frequenta.
Os preços, apesar das grandes dificuldades de hoje, são mais baixos de que em Lisboa. Assim por exemplo a pensão é de três a cinco escudos por dia. Os almoços a 1$40 e os jantares a 1$50.
Realmente, quem é que não quererá vir passar um tempo ao Estoril, no tão magnifico hotel, por tão favoráveis preços? Mas apressem-se que poucos são os quartos disponíveis no Hotel-Restaurant Paris.´´
Este hotel passaria para outro edifício no Estoril, e por volta de 1920 seria adquirido pelo suíço Louis Vergani, que em 11 de julho de 1924, requereria aval para que Domingos Teixeira dos Santos edificasse novo projecto aprovado em sessão camarária. Em 5 de maio de 1928, Vergani requereu permissão para aumentar o hotel onde vivia e, em julho de 1930, o Ministério das Finanças isentou-o de contribuição predial e industrial, por dez anos.
Em 1932, o hoteleiro suíço Louis Vergani, viria a inaugurar um novo hotel, no alto do Estoril, de seu nome ´´Hotel Paris´´, projectado pelo arquitecto Inácio Peres Fernandes, e que ainda hoje existe, sob a designação de ´´Sana Estoril Hotel“.
*NELSON FERNANDES recorda em Cascais24Horas duas vezes por semana factos e curiosidades que marcaram outrora Cascais e fazem parte da história de esta vila de reis e pescadores.
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