MORTE agonizante em contentor “assassino” de roupa e calçado usados em Cascais

CASCAIS- Um homem, 45 anos, nascido e criado em Cascais, foi encontrado morto, este sábado, de madrugada, com a axila de um dos braços presos num contentor de roupas e calçado usados, na rua Rosa Parracho, no bairro do Rosário, em Cascais, apurou Cascais24Horas.

A vítima foi encontrada com um dos braços presos no interior e o corpo no exterior do contentor.

O alerta foi dado por funcionários da Cascais Ambiente pela 01h26.

Já no local, 7 operacionais, apoiados por dois veículos dos Bombeiros de Cascais, nada mais puderam fazer do que proceder ao corte da parte de trás do contentor para libertar o braço da vítima, preso no interior.

Por ordem do Delegado de Saúde, o corpo acabou por ser removido pelas 02h40 para o Gabinete Médico Legal da Guia para ser submetido a autópsia.

Amigos e familiares de Bruno C. acreditam que a morte foi agonizante, com ele a procurar libertar-se, sem sucesso, acabando por sucumbir ao fim de algumas horas.

“Uma morte trágica”, disse, a Cascais24Horas um amigo, que pediu o anonimato, revelando que “o Bruno vivia com dificuldades, mas não era um sem-abrigo”.

“Vivia com a companheira e era um filho muito presente na vida da mãe, que agora enfrenta uma dor imensa”, sublinhou, não sem destacar que “era um homem muito querido em Cascais, conhecido pelo seu grande coração e sempre pronto a ajudar”.

A morte de Bruno em circunstâncias tão trágicas, depois de há alguns anos ter sofrido um acidente que o manteve em coma durante algumas semanas, está a gerar grande emoção e revolta entre familiares, amigos e vizinhos, que não aceitam que um contentor de doações- criado para ajudar- acabe por transformar-se numa armadilha mortal.

“Quem recorre a estes contentores, fá-lo, muitas vezes, por necessidade e ninguém deveria arriscar a vida por tentar obter uma peça de roupa. É inaceitável que equipamentos destinados à solidariedade acabem por tirar vidas, como foi o caso”, afirmou, a Cascais24Horas, um outro amigo da vítima, que pediu o anonimato, não sem deixar o alerta às autoridades e entidades responsáveis pela gestão de estes contentores de que é exigível uma revisão imediata dos mecanismos de fecho, inspeções regulares, recolhas mais frequentes e alternativas sociais que garantam segurança e que mais ninguém sofra o mesmo destino fatal de Bruno.