Lixo por todo o lado
Quem mora ou passa pelo interior do concelho, nas zonas residenciais afastadas do litoral turístico, sejam elas de simples apartamentos, ou de moradias milionárias, certamente tem notado a crescente quantidade de lixo que se encontra abandonado um pouco por todo o lado, mas sobretudo no exterior de ecopontos. Encontra-se aí todo o tipo de lixo incluindo eletrodomésticos, colchões, mobília, sanitários, caixas de cartão, pneus, latas de tinta, entulho de obras, restos de comida, restos de jardins, e quase tudo o que se possa imaginar. Muitos destes locais tornaram-se autênticas lixeiras a céu aberto. Por muito ou pouco que a Cascais Ambiente retire o lixo desses locais, nem 24 horas depois já há mais lixo no mesmo local.
Se é verdade que a maior parte dos munícipes coloca o lixo no interior dos ecopontos ou usa o serviço da Câmara Municipal de Cascais para recolha de grandes volumes, há uma minoria que insiste em prejudicar todos, perante a passividade de quem deveria fiscalizar estas situações.
Tudo isto é resultado de termos um executivo autárquico cada vez mais preocupado em aparecer nos meios de comunicação e redes sociais em vez de resolver os problemas do concelho. Ora o que se exige do executivo autárquico é mais ação e menos propaganda. Precisamos sobretudo de maior profissionalismo, maior capacidade de gestão e maior conhecimento. Acrescentaria que precisamos também de maior honestidade e não andar a esconder, ou preferir nem sequer saber, dados sobre a quantidade de lixo que a Cascais Ambiente recolhe nas lixeiras a céu aberto que referi.
A Câmara Municipal de Cascais, gasta fortunas em caixotes de lixo “inteligentes”, a distribuir porta a porta sacos verdes para restos de comida, e a comprar autocarros a hidrogénio, mas a verdade é que é incapaz de algo tão básico como eliminar as lixeiras a céu aberto no concelho.
A proteção do ambiente e da qualidade de vida em Cascais passam também por resolver situações semelhantes derivadas, na sua maior parte, pelo mesmo desrespeito pelas regras por parte de alguns. São as descargas ilegais nas linhas de água, sejam elas de esgotos domésticos ou de construção civil, é a não separação das redes pluviais e residuais que ainda persiste, é a necessidade de aumentar significativamente a separação de resíduos domésticos para posterior reciclagem evitando a sua deposição em aterro, entre outras situações.
Nada disto é impossível de resolver. Já é feito em muitos outros locais, e os cascalenses não são menos capazes. Façam-se as campanhas de sensibilização que forem necessárias, mas tem de haver uma fiscalização mais robusta para penalizar quem destrói o ambiente.
A Câmara Municipal de Cascais tem de ser muito mais interventiva, com um papel muito maior na fiscalização, seja preventiva, seja sancionatória, para pôr fim a todos estes abusos.
Ora à Câmara Municipal de Cascais não faltam recursos financeiros para o fazer. O que falta é um executivo autárquico que saiba, ou queira, fazê-lo. Com o PSD não chegaremos a bom porto.
Cascais merece diferente.
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