20 de March, 2025
CARREIRAS repudia comunicado da Sevenair e garante “total independência a grupos privados”. PS fala em “má gestão” no Aeródromo
Política

CARREIRAS repudia comunicado da Sevenair e garante “total independência a grupos privados”. PS fala em “má gestão” no Aeródromo

Mar 5, 2025

CASCAIS- O Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, repudiou o comunicado divulgado no domingo pela Sevenair, que o acusou de ordenar a suspensão dos serviços do Aeródromo de Cascais à operação da linha aérea Trás-os-Montes/Algarve, visando “paralisar os voos” e em que esta empresa responsável pela ligação entre Bragança, Vila Real, Viseu, Cascais e Portimão alega que “os motivos para esta decisão” por parte do autarca “são uma suposta dívida de taxas de handling”, de 107 mil euros (mais IVA), que o grupo considera “não serem devidas” à empresa municipal Cascais Dinâmica.

O diferendo levou mesmo, esta segunda-feira, à retenção, no espaço aeroportuário, de um voo da Sevenair com quatro dos passageiros que tinham como destino Portimão a não puderem continuar a viagem. Outro voo, com a mesma aeronave, que deveria sair de Portimão com sete passageiros a bordo foi cancelado.

“Fui confrontado ontem, domingo, por um comunicado da empresa Sevenair que me tenta atacar politicamente para justificar a sua condição reiterada de mau pagador”, diz Carlos Carreiras. E, acrescenta, que “a empresa Sevenair não tem legitimidade para colocar em causa a minha legitimidade enquanto Presidente de Câmara e decide especular justificando “conflitos partidários internos” que para além de não existirem, razão pela qual também não fundamentam, tenta imiscuir-se pressionando a atividade autárquica”.

“Reitero a minha total independência a grupos privados e não deixarei que os mesmos tentem direta ou indiretamente condicionar o meu mandato e interpreto o comunicado da Sevenair como desculpas de mau pagador”, refere o ainda chefe do executivo municipal.

“Por fim, esclareço que conheço o comunicado da empresa municipal Cascais Dinâmica e com o qual estou completamente de acordo e como tal, solidário com a Administração”, conclui Carlos Carreiras na nota enviada à Imprensa.

A Cascais Dinâmica confirmou que “se encontram suspensos os serviços de três das seis empresas (grupo SEVENAIR) que operam no Aeródromo de Cascais, por falta de pagamentos” de forma reiterada.

Segundo a empresa municipal, “o serviço prestado mais antigo e não pago data do início de setembro de 2023”.

A Câmara de Cascais exige o pagamento de uma dívida total do grupo de 132.471,95 euros e reiterou que foram feitas diversas tentativas de cobrança, tendo a Sevenair admitido liquidar os valores em dívida, num email de 30 de dezembro de 2024, em três prestações mensais sucessivas.

De acordo com a Cascais Dinâmica, a Sevenair “apenas cumpriu com a 1.ª tranche a 31 de dezembro de 2024. Após vários contactos da nossa funcionária, numa tentativa de recebermos a 2.ª tranche, sem sucesso, no dia 19 de fevereiro 2025 houve novas interpelações às empresas do Grupo Sevenair, quanto à dívida e com pedido de liquidação imediata em face de incumprimento de acordo, informando que dispunham de oito dias, após os quais, e continuando a verificar-se o incumprimento, os serviços seriam suspensos”.

A empresa municipal Cascais Dinâmica considera ainda que, “perante valores devidos por empresas”, tem o direito legal de “proceder a suspensão de serviços e retenção de bens das mesmas, incluindo aeronaves para pagamento de tais valores” e assegurou que, “logo que a Sevenair cumpra com as suas responsabilidades, a suspensão será levantada”.

Entretanto, a Sevenair considera não ter de pagar e “lamenta profundamente esta atitude isolada e incoerente” do município, “que põe em risco a continuidade da ligação aérea, vital para as populações locais”, acrescentando que “o Governo está a par desta situação e da atitude” de Carlos Carreiras (PSD)”.

PS fala em “má gestão” e apela à intervenção do Governo

O Partido Socialista (PS) de Cascais, em comunicado emitido esta terça-feira, “alerta para a situação de má gestão em que se encontra o Aeródromo de Tires, um importante equipamento municipal, que levou inclusive, à decisão de cancelar e reter aviões que operam no âmbito do serviço público aéreo”.

JOÃO Ruivo, presidente do PS Cascais

Segundo a nota, assinada pelo presidente da Concelhia de Cascais, João Ruivo, “a decisão unilateral do executivo da Câmara Municipal de Cascais, através da empresa municipal “Cascais Dinâmica”, de cancelar voos e reter um avião de uma companhia área que opera no âmbito do serviço público, revela o ponto de degradação, deterioração das relações com os stakeholders económicos e má gestão em que se encontra o Aeródromo de Tires”.

“A forma precipitada, abrupta e inconsequente como o executivo municipal tem lidado com a gestão do Aeródromo de Tires origina profundas preocupações, principalmente após a decisão de, no último ano de mandato, iniciar um processo concursal para a gestão por privados do aeródromo”, refere o comunicado dos Socialistas de Cascais, segundo o qual  “é neste momento evidente, em nome da transparência e de princípios de boa gestão dos recursos públicos, que não estão reunidas condições para avançar com este processo concursal para a gestão por privados do aeródromo”.

O PS de Cascais “apela, ainda, à intervenção urgente do Governo, para que sejam garantidos todos os voos previstos no âmbito do serviço público aéreo e que seja reposta a normalidade no Aeródromo de Tires”.

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