SUSPEITO de extorquir idosos com falsos acidentes em Cascais obrigado a devolver mais de 24 mil euros às vítimas
CASCAIS- Um homem, 42 anos, detido por agentes da Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa por suspeita de extorquir dinheiro a condutores idosos com falsos acidentes em estacionamentos de hipermercados no concelho de Cascais, vai ter de devolver mais de 24 mil euros às vítimas, em tempo útil, estipulado judicialmente, por forma a evitar ir para trás das grades, apurou Cascais24Horas.
Foi detido, em flagrante, pelos policias quando recebia 1.500 euros de um total de mais de 10 mil euros que, entretanto, tinha extorquido a uma idosa, na casa dos 80 anos, na sequência de mais um falso acidente, há cerca de uma semana, num estacionamento em Cascais, segundo avançou, esta quinta-feira, o CM.
Submetido a primeiro interrogatório judicial, um juiz de Instrução Criminal de turno decidiu colocar o suspeito em liberdade, mediante a obrigação de devolver os montantes extorquidos às vítimas.
As autoridades suspeitam que este indivíduo faça parte de um grupo mais numeroso, presumivelmente de etnia romani e oriundo da Margem Sul do Tejo, que tem vindo a extorquir dinheiro a condutores idosos, alegando pequenos “toques” no veículo em que viajam.
Este gang tem vindo a operar preferencialmente no concelho de Cascais, quer na área da PSP, quer da GNR de Alcabideche, havendo registo de dezenas de extorsões a condutores idosos, conforme Cascais24Horas tem vindo a noticiar.
Num dos casos que Cascais24Horas noticiou, em exclusivo, uma dupla obrigou a vítima a deslocar-se ao multibanco da Caixa Geral de Depósitos, em Alcabideche, para levantar o dinheiro exigido.
PSP alerta
A PSP, que nos primeiros três meses do ano registou mais de uma centena de casos, tem vindo a lançar alertas para aumento de burlas com falsos acidentes.
Só desde 2021, foram registadas pela PSP 625 denúncias.
Segundo a PSP, os burlões aproveitam momentos em que a vítima está a realizar manobras, sobretudo marcha-atrás, para a abordar e acusar de ter causado danos numa viatura. De seguida, exigem o pagamento imediato de uma compensação, muitas vezes recorrendo a intimidação ou ameaças físicas.
Outra das táticas exploradas pelos burlões passa por seguir a viatura da vítima quando esta está em marcha, pressionando-a, através de sinais luminosos, sonoros ou apenas por gestos, a parar para perceber o que se passa.
As vítimas são, maioritariamente, pessoas idosas ou em situação de vulnerabilidade. Em alguns casos, os burlões alegam atropelamentos ou danos em objetos como telemóveis e óculos, mesmo quando não houve contacto físico entre veículos ou pessoas. O objetivo é sempre o mesmo: forçar um pagamento imediato, sem envolver autoridades ou seguros.
As vítimas, segundo a PSP, “têm maioritariamente mais de 80 anos (68%), seguindo-se a faixa etária dos 70/79 anos (21%), e que 59% são do sexo masculino e 41% são do sexo feminino.”
A PSP reforça que os cidadãos nunca devem pagar valores sem estarem certos da sua responsabilidade, nem aceitar acordos fora dos canais legais e, em caso de suspeita, o mais seguro é contactar de imediato as autoridades.
