Notícia às 19h05
No concelho de Cascais existiam, até maio último, 290 pessoas sem-abrigo sinalizadas pela divisão de intervenção social da Câmara de Cascais, soube-se, esta segunda-feira, mas este número pode estar muiito abaixo da realidade.
A revelação foi feita no decurso da reunião do Conselho Municipal de Segurança, que decorreu no Centro Cultural de Cascais.
A propósito, o ainda chefe do executivo afirmou que “temos de conseguir construir um projeto de vida para estas pessoas”.
Uma grande parte, segundo Cascais24Horas apurou, são cidadãos migrantes.
Recorda-se que Cascais tem vindo a desenvolver nos últimos anos vários programas de apoio aos sem-abrigo e, em outubro de 2020, em plena pandemia Covid19, construiu mesmo em apenas quatro meses um Centro de Recursos e Acolhimento, a funcionar desde então em Adroana, na freguesia de Alcabideche.
Apadrinhado pelo próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve presente na inauguração, este centro tem vindo a assegurar alojamento, alimentação, cuidados de saúde, cuidados de higiene e disponibiliza ainda apoio psicossocial, para além de proporcionar qualificação escolar, formativa e profissional.
Este Centro dispõe, também, de valências de intervenção individualizadas e atividades que potenciam o bem-estar individual e comunitário.
Já em maio último, o município de Cascais, juntamente com Oeiras e Lisboa, acordou fazer parte de uma task force que irá procurar resolver problemas dos sem-abrigos com novos centros de acolhimento, que possam trabalhar em rede.
Trata-se de uma estratégia com plano de execução a sete anos e um investimento de 70 milhões de euros e em que as autarquias deverão contar, numa primeira fase, com financiamento articulado com o Estado Central e mais tarde a nível Europeu.
Esta estratégia foi revelada no encontro promovido pelo município de Lisboa com as várias autarquias da Área Metropolitana de Lisboa (AML), onde, segundo as estimativas, existem cerca de cinco mil sem-abrigo.