Por Redação | 17h06
O grupo Alves Ribeiro iniciou a vedação da Quinta dos Ingleses para começar as obras de urbanização em cerca de 54 hectares, cujo alvará foi emitido recentemente pela Câmara Municipal de Cascais e, segundo Cascais24Horas apurou, ficarão apenas abertos os acessos ao colégio inglês St Julians`s e ao complexo do Sportivo de Carcavelos.
Esta quinta-feira, a Alves Ribeiro emitiu um comunicado no qual revela que, “por indicação e em colaboração com a Câmara Municipal de Cascais, vai tomar medidas imediatas de segurança no terreno da Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, em resposta ao preocupante aumento de ocorrências na zona”.
A construtora adianta que “este terreno tem, no seu perímetro, o Colégio St Julian`s, onde têm sido reportadas várias queixas nos últimos meses à Polícia de Segurança Pública (PSP)” e acrescenta que “como forma de melhorar as condições de segurança das crianças e de toda a comunidade escolar, bem como dos residentes e transeuntes, a Câmara Municipal avançou com um pedido de vedação imediato da totalidade da área do proprietário do terreno”.
Cascais24Horas contatou a Alves Ribeiro, que nada mais acrescentou ao comunicado, embora, à partida, haja conhecimento de ações ilícitas, nomeadamente assaltos, nas proximidades da escola inglesa, bem como a presença de intrusos a viverem em tendas montadas ilegalmente na área.
Porém, uma fonte autárquica, que pediu o anonimato, foi mais explicita, revelando que “será vedada com tapumes toda a área do Plano de Pormenor de Carcavelos, por forma a dar início às obras de urbanização”, tendo sublinhado, ainda, “ser impensável, por exemplo, ter um estaleiro a céu aberto e sem o espaço devidamente delimitado e com acessos exclusivos controlados através de segurança a quem vai estar a trabalhar nas obras de infra- estruturas”.
Na Quinta dos Ingleses, de acordo com o plano, vai nascer um parque urbano e um empreendimento de usos habitacional, de comércio, de serviços e hoteleiros.
Recorda-se que tanto o SOS Quinta dos Ingleses como alguns movimentos cívicos têm vindo a travar uma enorme luta nos últimos anos contra a futura urbanização, aparentemente sem sucesso.
3 Comments
Acho muito bem.assim espero quê torna-se outra vez a praia mais segura sem facadas entres as espécies quê todos sabemos.
Estou sem palavras, arrasado e perturbado com esta notícia.
Cascais apresenta-se orgulhosamente ao mundo como uma cidade sustentável. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 das Nações Unidas afirma que “tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”.
Para tornar Cascais resiliente, temos de deixar intactas as nossas últimas florestas costeiras. Enfrentamos o maior problema do mundo: as alterações climáticas, o calor extremo, as secas e a subida do nível do mar. Esta floresta, a Quinta dos Ingleses, pode ajudar-nos a mitigar os efeitos devastadores das alterações climáticas. Em vez de destruir essa floresta, a câmera, com a ajuda da vizinhança, deveria criar um parque bonito e limpo para todas as pessoas.
Ao ler esta notícia até parece que não estão a falar em de um dos maiores crimes urbanísticos que se prepara no concelho de Cascais, mais um junto a fragil linha de costa, o próximo de uma longa lista encabeçada pela destruição sistemática e imparavel de terrenos antes agrícolas, invulgarmente férteis no País, onde ja se cultivou cereais e plantou um dos maiores vinhos portugueses. Agora, arrasam com o último pedaço de terra minimamente natural, um importante (e que podia ser mais..) sumidouro de carbono, em nome de mais do mesmo: cimento e Imis/dinheiro. Money talks laud. E vergonhoso que o município nada tenha feito para expropriar, e evitar esta megalomania absurda nos tempos que vivemos