29 de January, 2025
EXISTE um Planeta para cuidar!
Ambiente Atualidade

EXISTE um Planeta para cuidar!

Set 5, 2024

Por LUÍS FIGUEIREDO | Diretor Geral da VALORMED

Vivemos num planeta extraordinário, rico em diversidade e recursos naturais, que sustenta todas as formas de vida. No entanto, a responsabilidade de cuidar deste lar coletivo é nossa. Cuidar do planeta não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão de garantir um futuro viável para as próximas gerações. Cada atitude conta, desde a preservação da biodiversidade até o uso sustentável dos recursos, pois a saúde do nosso planeta é, em última análise, a saúde de todos nós.

Este ano, o Dia da Sobrecarga do Planeta foi assinalado a 1 de agosto de 2024, mais cedo do que em 2023, o que reflete a aceleração do consumo dos recursos naturais. Este marco simbólico indica o momento em que a humanidade esgota os recursos que a Terra consegue regenerar num ano, evidenciando a necessidade urgente de repensarmos os nossos hábitos e promovermos práticas mais sustentáveis para garantir a saúde do planeta.

Esta realidade que não pode ser ignorada ou alvo de interregno nas preocupações de quem vive neste planeta e que o quer cheio de vida: a humanidade esgotou o “saldo” de recursos naturais da Terra. Significa isto que estamos já a utilizar os recursos que deveriam começar a ser utilizados apenas no virar do ano, em janeiro de 2025. De acordo com a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, organização não governamental de ambiente, o Dia da Sobrecarga do Planeta é calculado dividindo a biocapacidade do planeta – isto é, a quantidade de recursos naturais que a Terra consegue gerar num ano – pela pegada ecológica da humanidade, o uso de recursos que esta faz durante um ano. E nos dias de hoje, em que a procura por recursos naturais ultrapassa a capacidade de o planeta os regenerar, estamos a viver a “crédito”.

Esta realidade leva-nos a uma reflexão sobre a sustentabilidade do Planeta, uma vez que a utilização excessiva de recursos compromete a vida dos oceanos, leva à desflorestação, à erosão dos solos, à perda de biodiversidade e ao aumento do dióxido de carbono na atmosfera, responsável pelo aquecimento global, que por sua vez provoca fenómenos meteorológicos extremos e aumento da insegurança alimentar. Ora, está visto que não podemos dar férias à preocupação, ou seja, à forma como cada um de nós, individualmente, pode e deve contribuir para um melhor cuidado e sustentabilidade da Terra que habitamos.

É sob esta perspetiva que se torna pertinente abordar a eliminação de medicamentos fora de uso e de prazo, sendo fundamental que a sua entrega seja regular e sistematicamente realizada num dos 3.247 pontos de recolha VALORMED, disponíveis nas farmácias e parafarmácias de todo o país. Este é um hábito e um procedimento que devemos adotar   e, como tal, deve fazer parte da nossa rotina diária, em férias ou fora delas. Convém relembrar que medicamentos fora de uso e de prazo colocados no lixo ou despejados nos esgotos domésticos geram a contaminação dos solos e águas, com óbvias consequências para a saúde do planeta. Por outro lado, conservar em casa os medicamentos que já não são necessários ou ultrapassaram o prazo pode constituir um risco, pois poderá haver a tendência de os reutilizarmos sem a necessária indicação médica (automedicação) ou   causar acidentes domésticos por toma indevida (atingindo principalmente as crianças). É, assim, que a entrega destes resíduos nos pontos de recolha disponíveis, é também uma medida de proteção da saúde pública.

Importa, pois, deixar um conselho e que o tenha sempre presente: seja o frasco do xarope para a tosse, as cartonagens e os blisters, contendo ou não restos de medicação, os acessórios de administração como colheres ou copos medida, entregue-os na farmácia ou parafarmácia. Descanse o corpo e a mente, mas não dê descanso à sustentabilidade e às medidas que protegem os nossos recursos naturais.

À semelhança do quase provérbio português ‘há mar e mar, há ir e voltar’, também há férias e descanso, mas um Planeta para cuidar!

(Artigo Opinião publicado às 16h30)

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