13 de November, 2025
CAMPANHA ELEITORAL – das fantasias à realidade
Artigos de opinião Atualidade

CAMPANHA ELEITORAL – das fantasias à realidade

Ago 7, 2025

Com a publicação oficial da data das eleições autárquicas, entramos no período de campanha pré-eleitoral, que termina no início da campanha eleitoral oficial, e serve para preparar o terreno político, apresentar propostas, mobilizar apoiantes e ganhar visibilidade.

Contudo, tal como tudo na vida, deve haver limites, os legais e os morais. Quanto aos primeiros, são fáceis de conhecer e aplicar. Pior são os morais!

Em qualquer dos períodos – pré-eleitoral e eleitoral – a estratégia dos candidatos que pertencem ao partido no poder, deveria ser a de informar sobre o trabalho realizado ao longo do mandato que irá cessar, apresentar novas ideias dinamizadoras para o território e, porque os há sempre, apresentar soluções para os problemas que vão surgindo.

Já as candidaturas “de oposição”, em teoria, além dos objectivos já acima referidos, devem aproveitar o período para apresentar as suas ideias, os problemas que entendem dever ser resolvidos e, principalmente, informar o eleitorado das soluções para os mesmos.

E aqui tocamos na função fundamental de uma campanha eleitoral – informar o eleitor, a chamada campanha pela positiva.

Quem faz campanha pela positiva não precisa, por exemplo, de se fazer passar por uma espécie de sereia que, por azar, dá à costa numa das poucas praias de Cascais que não está concessionada nem vocacionada para zona balnear, mas que, recentemente, recebeu a visita de exigentes golfinhos no que toca a limpeza das águas, e que chega à conclusão de existência de poluição com um simples olhar para os seus pés.

Quem faz campanha pela positiva não precisa de, nessa mesma encenação, dizer que a praia em questão perdeu a sua bandeira azul quando, na verdade, nunca a teve devido à sua proximidade com o porto de pesca, mas, por outro lado, com a intenção de enganar o eleitor menos atento, omitir que existem 11 praias, algumas muito próximas daquela, em que têm hasteada a bandeira azul – Avencas, Carcavelos, Crismina, Guincho Norte, Guincho Sul, Moitas, Parede, Poça, S. Pedro do Estoril e Tamariz.

Quem faz campanha pela positiva não precisa de, depois de ser preterido pelo partido onde militava e se apresentar como autoproclamado candidato, resolver fazer campanha por si mesmo – até aqui nada de especial -, e optar também por encenações ocas de ideia, soluções ou estratégias para o concelho, onde o desnorte e o desconhecimento é tal que, a uma estrada a ser melhorada de raiz, desde a construção de passeios – que não tinha – à sua repavimentação total, denominada de estrada em “estado de abandono”.

Felizmente, pelo que se conseguiu apurar, de positivo teremos certamente a solução que vai apresentar para evitar que as algas que têm invadido uma grande parte da costa portuguesa, optem por não terminar a sua viagem nas praias da linha de Cascais. Aguardemos com ansiedade a sua solução mágica.

Quem faz campanha pela positiva não escolhe um ângulo certo da imagem para não aparecerem as inúmeras embarcações de pesca e dizer não há barcos de pesca e, em momento posterior, criticar o que foi feito no cais de apresto em prol dos pescadores.

Quem faz campanha pela positiva, calcorreia todos as freguesias, todas as terras e todas as ruas do concelho, sem medo de falar com as pessoas, cara a cara, ouvindo as críticas, os problemas e, muitas vezes, as soluções para esses mesmos problemas.

Quem faz campanha pela positiva, seja candidato à Câmara Municipal, à Assembleia Municipal ou a qualquer uma das 4 freguesias do concelho, prefere debater ideias e não opta pelos ataques pessoais, infundados, com adjetivações que em nada contribuem para a informação que os eleitores pretendem e merecem, enquanto se pavoneia no interior de um carro topo de gama e se apresenta com os melhores fatos.

Os eleitores merecem e exigem respeito e só com a verdade, a informação correcta, o debate de ideias, a apresentação de soluções para os seus problemas e até ouvindo as suas críticas é que serão respeitados.   

Infelizmente, é este tipo de campanha que alguns dos candidatos “paraquedistas”, que estiveram este tempo todo nas suas vidas e que, por vaidade ou autopromoção, agora se candidatam. Uma campanha negativa, negra, ofensiva, difamatória, falsa, mentirosa, fantasiosa, sem soluções, ideias ou estratégias para o nosso concelho.

Mas como entendo que não é assim que se faz política nem, tampouco, uma campanha eleitoral, que se exige ser informativa e esclarecedora, deixemos as actividades fantasiosas e as ideias estéreis, para factos concretos, começando pelo que foi feito:

Na educação, de sublinhar a construção da nova escola secundária de Cascais, provisória há 40 anos, ou a reformulação de todas as escolas do concelho, que foram dotadas com materiais modernos. As refeições foram melhoradas e a autarquia ainda assumiu a gestão do pessoal não docente.

Obviamente que a vinda de uma das mais prestigiadas universidades para o nosso concelho deve merecer o regozijo de todos, com a Nova SBE e o seu já reconhecido mérito a nível nacional e internacional.

Já na saúde, construção de novos centros de saúde ou a reformulação dos outros, nas quatro freguesias do concelho, sem esquecer que se permitiu a construção do actual hospital de Cascais, um dos mais modernos e melhor equipados do país.

Ainda na área da saúde, iniciou-se o projecto Bata Branca, que disponibiliza o acesso a médico a quem não tem médico de família, uma obrigação do Estado Central, que a autarquia assumiu em prol dos seus munícipes.

Mas, e ao contrário do que muitos apregoam em tom de pura maledicência, também o ambiente mereceu a preocupação nestes últimos anos, com a recuperação e dinamização do Parque Natural Sintra- Cascais, com a criação de parque urbanos em todas as freguesias (quase 10 m2 por habitante), sem esquecer na aposta na sustentabilidade e vários níveis, como é exemplo os 3 milhões de Euros atribuídos para o fundo verde de apoio às famílias.

Mas, como é natural, o trabalho não se fica por aqui e há sempre mais e melhor a fazer, sendo esta a altura, por excelência, para apresentar os projectos para o futuro, coisa que os tais candidatos acima referidos são incapazes de fazer, por desconhecimento das matérias e das necessidades, por falta de ideias, ou porque, pura e simplesmente, preferem a chicana política, eventualmente, por não terem capacidade para mais.

Assim, na educação pretende-se tornar a oferta pública melhor que a privada, dando melhores condições para alunos e professores, melhores refeições, melhor acompanhamento psicológico para todos os elementos da comunidade escolar, onde se inclui os encarregados de educação, aumentar a segurança nas escolas e imediações, dinamizar o transporte público junto dos alunos.

De realçar a criação do Novo Campus da Nova Medical School que, seguindo uma política de descentralização, será implementado em Alcabideche, com novas vertentes de investigação, beneficiando, assim, a freguesia, o concelho, o país e, sem pudor de assumir, o Mundo.

Na saúde,  o centro de saúde de Cascais será terminado, proporcionando melhores condições a todos os seus profissionais e utentes. Pretende-se também alargar o acesso à saúde a mais pessoas e numa política de maior proximidade com as populações, através da criação de unidades móveis de rastreio e de acompanhamento médico que irão aos bairros e as zonas de pessoas envelhecidas.

Também a segurança não será descorada, com a instalação de 400 câmaras de CCTV – quem não deve, não teme. Também se pretende continuar a dotar as forças de segurança de equipamento (mais uma competência do Estado Central que a autarquia assume em prol dos munícipes e de quem nos visita). Também está previsto o aumento do efectivo da Polícia Municipal, atribuindo outras competências que já estão legalmente previstas, de forma a substituir as forças de segurança em tarefas que as retiram da sua principal função de garantir a segurança das pessoas e bens.

Também o ambiente continuará a merecer especial relevância, com a continuação da construção mais parques urbanos e continuar a apostar na sustentabilidade como um “modo de vida”. O fundo verde também será alargado, estando em estudo, juntamente com o meio académico, outros, outros que ajudem as famílias a poupar dinheiro e o meio-ambiente. Também a rede de carregamento elétrico será alargada pelo concelho, multiplicando o número de postos.

Faço votos que a pré campanha e a campanha eleitoral sirvam os seus efectivos propósitos de informar, debater ideias, apresentar propostas e alternativas aos eleitores, que exigem e merecem, em nada beneficiando a democracia as campanhas negativas, estéreis de ideias e/ou propostas e apenas ricas em vídeos cénicos, mas vazios de conteúdo útil.

*Luís Pires de Lima é membro da Comissão Política do PSD Cascais

–Os artigos de OPINIÃO publicados são da inteira responsabilidade dos seus autores e não exprimem, necessariamente, o ponto de vista de CASCAIS24HORAS.

LER artigos de opinião em https://cascais24horas.pt/category/artigos-de-opniao

3 Comments

  • Quem lê este longooooo texto, fica com a sensação de que o autor está menos interessado em esclarecer os cascaenses e mais empenhado em ajustar contas.

    Durante dezenas de parágrafos, repetem-se os mesmos chavões sobre “campanha pela positiva”, como um mantra que se tenta afirmar por insistência, mas que se desmente a cada linha. Ao longo deste “Guerra e Paz” da Wish (que mais parece um Guerra e Guerra) desfila um conjunto de insinuações e encenações alegadamente desmontadas, com um detalhe obsessivo que levanta mais dúvidas sobre o autor do texto do que sobre os seus alvos. Não é preciso nomear ninguém para se perceber que a irritação transborda e quando se transborda irritação, o eleitor nota. Nota e desconfia.

    Este artigo revela precisamente aquilo que tenta ocultar: insegurança, falta de rumo e uma estranha obsessão com quem se atreve a apresentar alternativas. Talvez porque essas alternativas incomodem. Talvez porque a “obra feita” não chegue para lhes fazer frente.

    Cascais merece mais do que isto. Merece líderes serenos, com ideias claras e verdadeiro respeito pela democracia.

    • O seu comentário curto é mil vezes melhor do que o artigo de opinião!

  • Este “pires de limo” deve ser arraçado da alga invasora que tem infestado e contaminado a costa de Cascais …

Deixe o seu Comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *