3 de August, 2025
SALVADOR Sommer Sacadura, presidente da Juventude Popular de Cascais, diz-se “vítima de perseguição interna”
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SALVADOR Sommer Sacadura, presidente da Juventude Popular de Cascais, diz-se “vítima de perseguição interna”

Ago 3, 2025

CASCAIS- O presidente da Juventude Popular (JP) de Cascais, Salvador Sommer Sacadura, que prestou a Cascais24Horas declarações polémicas, que deram azo a uma série de reações politicas locais e não só, classifica como “uma perseguição política” a decisão da Comissão Executiva Nacional da Juventude Popular (JP) de lhe retirar a confiança política.

Em declarações a Cascais24Horas, Salvador Sacadura diz que “a decisão da Presidente da JP representa uma perseguição política consciente contra quem ousa pensar diferente — com liberdade, espírito crítico e lealdade à verdade. Valores que a direcção nacional da JP já não parece disposta a tolerar”.

“Em vez de se colocar ao lado da concelhia da JP e do seu presidente, a actual Presidente preferiu alinhar-se com os interesses instalados do CDS Cascais — e, em extensão, da coligação VIVA CASCAIS”, adianta Salvador Sommer Sacadura.

“Pior ainda: escolheu fazer eco de uma tentativa patética de demarcação por parte de uma ala minoritária da própria concelhia, que se envergonha da nossa irreverência e prefere a docilidade do costume. Esse episódio foi, aliás, revelador. Serviu para perceber até onde alguns estão dispostos a ir para garantir que a JP nunca se atravessa, se o CDS assim exigir”, revela, com frontalidade, o jovem ainda presidente da Juventude Popular de Cascais.

Para Salvador Sacadura, “esta retirada de confiança não é mais do que um gesto político calculado — o momento em que se “chamam os pesos pesados” para disciplinar uma concelhia incómoda. Porque sabem que, se não a calarem, esta JP continuará a dizer aquilo que muitos apenas pensam. E continuará a fazê-lo com lealdade ao partido, mas também com lealdade aos seus princípios fundadores”.

“A Juventude Popular não foi feita para ser correia de transmissão de ninguém. Foi feita para ser uma consciência incómoda. Uma voz livre. Uma escola de militância convicta, não de carreirismo obediente. Ceder aos interesses instalados é exactamente o contrário do que significa não sermos uma juventude “instalada”, como dizia Adelino Amaro da Costa. É a negação de tudo o que nos deve distinguir como estrutura autónoma, combativa e fiel à sua missão”, defende o jovem que foi reeleito há um ano presidente da Juventude Popular de Cascais.

“Uma medalha à minha liberdade”

Salvador Sommer Sacadura afirma que encara a retirada de confiança como “uma medalha à minha liberdade. Ao meu espírito crítico. E à coragem de, como Presidente da JP Cascais, me recusar a ser cúmplice da decadência moral que se diz combater”.

E, sublinha que “muito me honrou, por isso, o apoio e reconhecimento de figuras que representam a verdadeira essência do nosso espaço político em Cascais”, entre os quais António Capucho, antigo Presidente da Câmara Municipal de Cascais, João Sande e Castro, ex-presidente do CDS Cascais e antigo vereador e, entre muitos outros, Paulo Almeida Sande, atual deputado municipal eleito pelo VIVA CASCAIS.

Referindo-se às mensagens de apoio recebidas na sequência da polémica, Salvador Sommer Sacadura salienta que “estas declarações não vêm de conveniência, mas de quem conhece bem este concelho e já lhe prestou bons serviços. O facto de terem compreendido a gravidade do momento e reconhecido a importância da posição tomada pela JP Cascais é algo que me tranquiliza. Porque mostra que, no meio do ruído, há ainda quem saiba distinguir entre o oportunismo e a autenticidade”.

“O que hoje vivemos é sintomático do estado da política portuguesa — em especial dos partidos tradicionais: cala-se quem incomoda, promove-se quem alinha. Como dizia Amaro da Costa: “a juventude não é instalada”. Infelizmente, poucos parecem hoje estar à altura de compreender verdadeiramente esta frase”, enfatiza o ainda presidente da Juventude Popular de Cascais ao qual a comissão executiva nacional “retirou a confiança política”.

“Enquanto uns, irão colocar as boas relações com o CDS em primeiro lugar, o meu compromisso, e o de muitos outros é em primeiro lugar com Cascais. Isso sim, é ser desinstalado”, conclui Salvador Sommer Sacadura.

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EDITORIAL

Não conheço pessoalmente Salvador Sommer Sacadura, o jovem presidente da juventude centrista de Cascais, que está no centro de grande polémica na politica local de Cascais por ter feito declarações também entendidas como polémicas a Cascais24Horas, mas tenho que reconhecer que é um jovem político corajoso, independentemente de ter razões ou não. Expôs-se sem receios, defendendo valores e ideais e, acima de tudo, usando a prerrogativa de uma conquista democrática de 50 anos: a liberdade de expressão. No entanto, salvo melhor opinião, acho que essa liberdade ainda não chegou internamente a alguns partidos (ou a todos) e às suas estruturas que, cínica e hipocritamente, tanto apregoam defender. Hoje em dia, político ou não, há que ser politicamente correto, a lembrar os tempos ( hoje são outros, claro) da ANP (Ação Nacional Popular) antes 25 abril de 1974. Quem não for, sofre as consequências! É o caso de Salvador Sacadura, um jovem (e nós aqui no Cascais24Horas somos independentes e pluralistas) que, no fundo, é condenado pelas estruturas políticas do seu partido por ter revelado publicamente, através de um OCS, o que pensava. É lamentável! Afinal, onde pára a democracia e a liberdade de expressão?

DIRETOR (Jornalista CPJ C376)

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