
CASCAIS dá uma nova vida às águas residuais

CASCAIS- Desde o início do ano, Cascais passou a utilizar água residual tratada para a lavagem de ruas e passeios, marcando o arranque de uma nova estratégia de gestão sustentável da água no concelho. Trata-se de uma iniciativa promovida pela Cascais Ambiente, que tem como principais objetivos reduzir o uso de água potável em atividades não essenciais, sem comprometer a qualidade dos serviços, promover a reutilização da água dentro de um modelo de economia circular, aumentar a eficiência no seu uso, mitigar os impactos da seca e preservar este recurso escasso e valioso para as gerações futuras.
Emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente, em 2024, a licença permitiu a Cascais concretizar o seu objetivo de dar uma nova vida à água, viabilizando a reutilização da água residual tratada na Fábrica da Água da Guia (ETAR da Guia), gerida pela Águas do Tejo Atlântico.
Atualmente, a distribuição é feita por camiões-cisternas, que recolhem a água tratada na Guia e a transportam até aos locais onde é utilizada para a lavagem de ruas e passeios. Atualmente, os 54m³ diários de água residual tratada destinados a esta função representam cerca de metade das necessidades de limpeza do concelho.
Rigorosas análises e verificações laboratoriais, realizadas ao longo do processo e à saída da Fábrica, garantem a qualidade da água para reutilização, assegurando que cumpre os requisitos legais de segurança e inocuidade.
Em 2025, estima-se que o volume de água reutilizada para a limpeza urbana varie entre 54m³ e 100m³ por dia e no futuro prevê-se um aumento progressivo desse volume, com a expansão do seu uso para a lavagem de contentores e a rega de espaços verdes.
A construção de uma rede separativa para o transporte de água reutilizada surge no horizonte como uma solução para aumentar a eficiência e expandir o uso da água residual tratada, tanto no setor público quanto no privado. Esta infraestrutura permitirá aplicações como o combate a incêndios, a lavagem de viaturas e outros usos paisagísticos, contribuindo para uma gestão mais sustentável dos recursos hídricos.