HISTÓRIA do farol de Nossa Senhora da Guia
Este farol costeiro, cuja designação completa é Farol de Nossa Senhora da Guia, situado a 2,5 km de Cascais (cerca de 15 minutos a pé a partir do Centro da vila), tem 28 m de altura, atinge no topo a altitude de 58 m, e foi construído na sua versão actual em 1761.
Além de se encontrar localizado numa magnífica paisagem integrada na área protegida de Cascais-Sintra, apresenta uma particularidade que o torna singular no nosso território: é, juntamente com o Farol do Cabo de São Vicente, um dos dois mais antigos de Portugal.
Foi construído a pedido dos nossos navegantes, que, quando regressavam das viagens, sentiam a necessidade de disporem de “um ponto de mira”, ou seja, “uma guia” que lhes indicasse a proximidade da entrada do estuário do Tejo, em Lisboa.
Já no início do século XVI, aproximadamente neste mesmo local, a irmandade da ermida de Nossa Senhora da Guia acendia luzes com combustão de azeite, para apoio aos navegantes. A construção desta ermida remonta a 1523, edificada em terras doadas por D. Luiz de Castro, senhor de Cascais.
Com o terramoto de 1755, a ermida e a torre ficaram muito danificadas, requerendo a realização de grandes obras de reconstrução, sob a orientação do engenheiro militar e arquitecto Eugénio dos Santos, um dos obreiros da reconstrução da Baixa Pombalina de Lisboa. No século XIX, a torre seria revestida a azulejos brancos, revestimento renovado em 2003.
A partir de 1865 ficou a funcionar com luz fixa branca, projectada por dezasseis candeeiros de Argand com espelhos parabólicos. E, em 25 de setembro de 1879, foi dotado de um aparelho lenticular de 3ª ordem, e funcionando Á base de um candeeiro a gás produzido a partir de petróleo, o qual seria substituído por um de duas torcidas em 1897.
Devido à ocorrência da Primeira Grande Guerra Mundial, o farol manteve-se apagado entre 1914 e 1918.
Seria substituído em 1938 por um eclipsor a gás, e electrificado no ano 1957. Em 1982 foi automatizado, sendo actualmente controlado a partir da central da Direcção de Faróis, em Paço de Arcos.
*NELSON FERNANDES recorda em Cascais24Horas duas vezes por semana factos e curiosidades que marcaram outrora Cascais e fazem parte da história de esta vila de reis e pescadores.
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