FALSOS peditórios em nome dos Bombeiros
CASCAIS- A vestimenta que usam é, em tudo, semelhante à dos Bombeiros portugueses, mas são, na realidade, alegados membros da Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra e, em locais estratégicos e de grande movimento, ora abordando condutores, ora transeuntes, vendem rifas, argumentando aos incautos destinarem-se à aquisição de ambulâncias.
Nos últimos dias alguns Corpos de Bombeiros de Cascais lançaram alertas nas redes sociais para os falsos peditórios.
Um dos casos mais caricatos aconteceu no Estoril, com os alegados veteranos de guerra a abordarem dois bombeiros, à civil, da corporação local, alegando que estavam a fazer um peditório para a compra de uma ambulância para os bombeiros do Estoril.
“Chamámos a PSP e à sua aproximação dois dos indivíduos, que até envergavam coletes dos Bombeiros, apressaram-se a dirigir-se a um veículo, procurando esconde-los”, disse, a Cascais24Horas o Comandante Paulo Rocha, segundo o qual “a abordagem foi feita junto dos jardins do Casino”.
Ainda de acordo com o Comandante Paulo Rocha, “o nosso Corpo de Bombeiros tem recebido algumas chamadas na central de pessoas a questionarem a veracidade do peditório ao qual somos completamente alheios”.
“Se porventura foi abordado pelos mesmos indivíduos e queira disponibilizar os seus dados para anexar à queixa que formalizámos contate a nossa central”, concluiu o Comandante Paulo Rocha.
Este género de peditórios, normalmente com maior impacto em ocasiões próximas de festividades, têm vindo a registar-se um pouco por todo o País e não é a primeira vez que os Corpos de Bombeiros do concelho de Cascais alertam para a situação.
Liga atenta
A Liga dos Bombeiros Portugueses tem estado atenta a estes peditórios em que, ora é usado o nome dos Bombeiros, ora os elementos envolvidos, pela sua vestimenta, são confundidos com os “Soldados da Paz”.
“Temos vindo a alertar o Ministério da Administração Interna (MAI) para estas práticas, que teimam manter-se, sem que tomem medidas”, disse, a Cascais24Horas, Rui Rama da Silva, do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses e presidente dos Bombeiros de Cascais.
Rui Rama da Silva alertou, entretanto, para “a necessidade das pessoas estarem atentas a estes estratagemas” e “quando abordadas em lugares públicos, procurarem certificar-se da veracidade dos peditórios”, bem como “alertarem as autoridades”.
Ainda segundo Rui Rama da Silva, “não é prática habitual dos Corpos de Bombeiros fazerem peditórios ou venderem rifas”.
Cascais24Horas procurou, sem sucesso, contatar este sábado a Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra através de um telemóvel indicado na sua página oficial, mas o mesmo não estava disponível.
Sediada em Braga, esta associação foi fundada em 1999 e é considerada uma instituição particular de solidariedade social.