3 de December, 2025
250 KM DO ESTORIL. Vitória memorável, títulos ao limite e a despedida emotiva do piloto de Cascais Sérgio Azevedo
Atualidade Desporto

250 KM DO ESTORIL. Vitória memorável, títulos ao limite e a despedida emotiva do piloto de Cascais Sérgio Azevedo

Dez 2, 2025

ALCABIDECHE- Como é tradição, a 13.ª edição dos 250 km do Estoril encerrou, em ambiente de celebração, mais uma temporada dourada do Iberian Historic Endurance, que trouxe ao Autódromo do Estoril uma grelha rica em diversidade, história e prestígio. A lista de inscritos incluiu 47 carros clássicos de competição – GT, protótipos e turismos – conduzidos por pilotos de várias gerações e nacionalidades, compondo um fim-de-semana marcado pela camaradagem e permanente disputa em pista no programa do Estoril Endurance Festival.

Para os entusiastas e amantes do automobilismo clássico, os 250 km do Estoril são mais do que uma simples corrida: constituem uma celebração onde o presente e o passado do desporto automóvel se reencontram. As corridas de resistência têm o condão de reforçar relações e de estimular o trabalho de equipa, e esta prova remete-nos para o passado quando, às 15h10 do passado sábado, o pelotão alinhou na recta da meta – carros junto ao muro e pilotos do lado oposto da pista – para reviver a célebre largada ao “estilo Le Mans”.

Mesmo pela curiosidade de visitar um evento desta natureza, o Cascais24Horas anunciou, em primeira mão, a quanto baixo custo os cascaenses teriam um programa para o fim de semana. À parte dos 15 euros para o paddock e ver de perto o espírito de Le Mans, grátis era o acesso à bancada B do Autódromo do Estoril. Esta foi a história de quem pôde estar presente no autódromo.

A reputação dos 250 km do Estoril chegou tão longe que Masami Fujita e Kei Ando viajaram do Japão até à ponta da Europa para conduzir o seu Alfa Romeo GTA. Na lista de inscritos estavam nomes de relevo da cena internacional, como o jovem alemão Finn Gehrsitz, piloto que garantiu a primeira pole position da marca Lexus no Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC/LMGT3) e os conhecidos pilotos ingleses de clássicos Henry Wegener e Martin Stretton. Os mais atentos notarão certamente que há três equipas com participações passadas nas 24 Horas de Le Mans: a Dorset Racing, a ASM Team e a JWA Racing.

Apesar de nunca terem conseguido vencer esta prova, em 2025 conquistaram vitórias e valendo a consistência no andamento Paulo Lima e R. Pereira da RF Motorsport levaram o Ford GT40 à vitória no Estoril com a cortesia de uma foto exclusiva ao lado do cobiçado troféu.

Pilotos Paulo Lima e R. Pereira vencedores 250 Km do Estoril ao lado Troféu exclusiva imagem para o Cascais24Horas

CAMPEONATO DE PORTUGAL DE VELOCIDADE

As corridas da etapa final do Supercars Endurance, realizadas hoje no Autódromo do Estoril, tiveram momentos dramáticos, acabando por definir os títulos do Iberian Supercars e do Campeonato de Portugal de Velocidade no último momento.

O Autódromo do Estoril foi palco da primeira corrida de GT da derradeira etapa do Supercars Endurance, num confronto decisivo para as contas finais do Iberian Supercars e do Campeonato de Portugal de Velocidade com duas corridas programadas.

A primeira corrida abriu caminho para o Porsche Cayman CS RS da Veloso Motorsport, conduzido por Patrick Cunha e Hendrik Still, tirar pleno partido da situação. Beneficiando de um andamento muito consistente e, sobretudo, de um ritmo fortíssimo imposto pelo piloto alemão no segundo turno, Cunha e Still ascenderam ao comando e não mais o largaram, conquistando uma vitória autoritária à geral e na GT4 Pro-Bronze.

Porsche Cayman CS RS da Veloso Motorsport, conduzido por Patrick Cunha e Hendrik Still

A segunda corrida de GT do Supercars Endurance, disputada no Autódromo do Estoril, encerrou a temporada de forma intensa e estratégica, selando de forma definitiva os títulos do Iberian Supercars e do Campeonato de Portugal de Velocidade numa prova onde gestão, ritmo e leitura competitiva se revelaram determinantes.

Hendrik Still, ao volante do Porsche Cayman CS RS da Veloso Motorsport, arrancou decidido da pole-position e assumiu o comando inicial, seguido de perto por Francisco Mora, no Toyota GR Supra GT4 EVO2 da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal.

O peso do ‘handicap’ acabou por ser decisivo para o Porsche de Still, que caiu na classificação aquando das paragens obrigatórias, abrindo caminho para que Francisco Mora e Francisco Abreu controlassem a corrida com autoridade. O duo da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal colocou-se confortavelmente no comando e seguiu para uma vitória clara à geral.

BATINA RACING: UMA ÉPOCA DE CONSOLIDAÇÃO, EMOÇÃO E DESPEDIDAS — A VOZ DE SERGIO AZEVEDO E ORLANDO BATINA

O paddock da Batina Racing viveu este fim de semana momentos de balanço, emoção e projeção para o futuro. A época desportiva de 2025 revelou-se uma das mais sólidas da equipa, marcada por evolução técnica, consistência em pista e vários resultados de destaque. Mas também trouxe mudanças de peso: Sérgio Azevedo, piloto de Cascais, anunciou a sua saída da competição a tempo inteiro, abrindo espaço para uma nova geração.

“Foi uma grande época — e o momento certo para dar lugar aos mais novos”, afirmou Sérgio Azevedo.

Num registo sereno e bem-humorado, o conhecido piloto de Cascais fez questão de sublinhar que esta foi, para si, uma temporada especial. “Foi uma grande época em que estivemos sempre bem posicionados para a luta pelo título e fizemos vários pódios, mesmo sendo a nossa primeira época completa com este carro”, resumiu.

A época, no entanto, não esteve livre de imprevistos. A primeira corrida da última prova ficou marcada por um incidente logo após a partida, seguido de dificuldades na curva dois — um revés que condicionou o resultado final. Ainda assim, Azevedo destacou o trabalho conjunto e a evolução contínua da equipa.

Com o olhar no futuro, Sérgio Azevedo surpreendeu ao revelar que vai deixar a competição regular em 2026, abrindo espaço para um piloto mais jovem dividir o volante com Orlando Batina.

“Reconheço o potencial da equipa para serem campeões nacionais — e, quem sabe, ibéricos. É o momento de deixar estas andanças para quem vem aí com força renovada”, afirmou.

Apesar do tom de despedida, Sérgio não fechou totalmente a porta ao asfalto e deixou no ar a possibilidade de regressar em Vila Real, naquele que é um dos circuitos mais emblemáticos do País. “A paixão pelas corridas não desaparece”, admitiu.

Já Orlando Batina lembrou que “reestruturámos a equipa e isso fez toda a diferença”.

Do lado da gestão desportiva, Orlando Batina descreveu 2025 como um ano de transformação interna.

A aposta passou por reestruturar a equipa técnica, um processo desafiante, cheio de incertezas, mas que viria a revelar-se decisivo.

“No início da época, se me perguntassem, diria que era impossível estarmos a disputar o campeonato”, confessou, acrescentando “mas à medida que fomos crescendo, corrida após corrida, percebemos que tínhamos equipa e carro para lutar pelos lugares da frente.”

As várias presenças no pódio reforçaram essa confiança, tornando 2025 numa época surpreendente, consistente e claramente positiva. “O saldo é muito positivo”, considerou o responsável da Batina Racing, concluindo que “o futuro parece ainda mais promissor”.

Homenagem ao piloto de Cascais que realizou no Estoril a última prova, deixando a alta competição num momento grande da sua carreira desportiva. O agradecimento expresso pela Batina Racing estava na parede da box em letras grandes onde o Cascais24Horas fez a imagem e a compôs juntando-se assim ao tributo a Sérgio Azevedo.

1 Comment

  • Já agora também o piloto de Cascais Luis Santa-Bárbara foi o campeão de Grupo 1 Prodution em Datsun 1200
    Obrigado

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