PENSAR à frente

Passam 34 anos sobre a criação em Cascais da então VMIR (Viatura Médica de Intervenção Rápida) agora denominada VMER. Dois meses depois surgiu idêntica viatura sediada no Hospital S. Francisco Xavier. O tempo passa, mas é bom não esquecer aquilo em que Cascais, desde há muito, é inovadora e capaz de instalar estruturas e serviços que muitos diziam ser impossível.
Há 34 anos Cascais foi pioneira ao instalar a primeira viatura médica fora de Lisboa. Hoje, em todo o pais são mais de 40, mas então estava-se a começar do zero. Tratava-se de associar a experiência da viatura do INEM de Lisboa a outra realidade geográfica e social só comparável com o que então só víamos nos filmes. Assim se pensou e assim se conseguiu fruto da parceria INEM/Câmara Municipal de Cascais/Hospital de Cascais/Bombeiros Voluntários de Cascais e, ainda, da Fiat Portuguesa, que ofereceu a viatura Lancia Delta HF que, aliás se tornaria icónica na prestação do serviço pioneiro.
Animados pelo então presidente do INEM, o cardiologista Rocha da Silva, à beira da reforma, mas ainda assim entusiasmado com a ideia, constituiu-se um grupo formado por dois médicos, Carlos Quaresma e Manuel Costa Matos, e que tive também o gosto de acompanhar, que gizou o projeto e o pôs em prática em poucas semanas. Era presidente da Câmara de Cascais George D´Argent e ministro da Saúde Arlindo de Carvalho, também apoiantes do projeto.

O suporte do serviço era garantido pela Câmara (manutenção e combustíveis da viatura e remunerações dos tripulantes), pelo Hospital, que garantia os médicos, do INEM, que dava apoio técnico, e dos Bombeiros de Cascais, que faziam a gestão administrativa.
Hoje, passados 34 anos, a VMER de Cascais continua a prestar um excelente serviço que extravasa o próprio concelho. Até à atualidade os técnico, enfermeiros e médicos que a tem operado são dignos de reconhecimento e estima pela população. É certo que transportam o historial mais antigo de todas as outras viaturas VMER do país, mas também é bem verdade que têm feito escola e mantido um serviço de excelência.
Há 34 anos, Cascais, como agora, já pensava à frente.
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