19 de June, 2025
NOVO protesto contra ecocídio na Quinta dos Ingleses mobilizou dezenas
Ambiente Atualidade

NOVO protesto contra ecocídio na Quinta dos Ingleses mobilizou dezenas

Mai 18, 2025

CARCAVELOS- Algumas dezenas de cidadãos entraram este sábado, de manhã, na mata da Quinta dos Ingleses, em Carcavelos, como forma de “protesto firme pela razia e abate indiscriminado de milhares de árvores”, revelou João Sousa, do movimento Alvorada da Floresta.

A população exige “o cessar imediato do abate de árvores e o fim da ação de máquinas na Quinta dos Ingleses por parte da Alves Ribeiro” – a proprietária do terreno, reivindicação apoiada por uma recente petição com mais de 5 mil assinaturas.

“A Câmara de Cascais, a Alves Ribeiro, a St. Julian´s School são os principais responsáveis por este crime ambiental”, diz João Sousa, que acrescenta ainda que “se a lei permite que uma grande floresta seja dizimada, contra a vontade das pessoas, então acreditamos que há um problema com a lei e não connosco, e queremos pressionar os decisores políticos a “consertarem” essa mesma lei, através de desobediência civil”.

Os ambientalistas puderam observar, in loco, a destruição em curso na mata, mas também lançar bombas de sementes e esperança e vivenciar o que resta do espaço florestado da mata, através do convívio, da música, récita de poemas e caminhadas meditativas.

Miguel Alcides, ativista da Alvorada, realçou na oportunidade que esta ação “ absolutamente pacífica” manifesta a “indignação face à inação sistémica ( do Ministério do Ambiente, autarquias, APA, ICNF e sistema judicial) ao desprezo, silêncio, lentidão e corrupção com que as instituições tratam as causas ambientais em Portugal, conduzindo à perda de diversidade e desastre climático”. Sublinhou, ainda, que é disso exemplo a Quinta dos Ingleses em que “a população reclama a sua conservação integral como último pulmão verde da orla costeira há várias décadas, mas é sistematicamente ignorada pela autarquia de Cascais ”, e agora, “um processo judicial absurdo, lento e injusto, cujo juiz recusou a providência cautelar e o subsequente recurso dessa decisão, que aguarda resolução há quase meio ano, são uma clara distorção da democracia, vedando o acesso à justiça ambiental.”

Os ambientalistas argumentam que no caso da Quinta dos Ingleses, nem a “resolução da Assembleia da República 208/2021”, que recomenda a classificação da Quinta como Paisagem Protegida de Âmbito Local, nem as “3 mil participações em consulta pública do projeto, ou 11 mil assinaturas de uma petição ou até uma providência cautelar e ação judicial” conseguiram, até ao momento, travar o que consideram ser um “ecocídio em curso, que ameaça a última grande mancha verde da Linha entre Cascais e Vila Franca de Xira e a sustentabilidade da praia e do surf de Carcavelos”.

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  • Um sincero agradecimento a estes cidadãos que estão a correr um risco, disponibilizando o seu tempo e o seu trabalho para defender os interesses comuns — interesses que nem a autarquia nem a própria escola são capazes de proteger. Pelo direito de viver num ambiente saudável para os nossos filhos.

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