MUNDIAL de Superbikes fez vibrar com velocidade, quedas e glórias


ALCABIDECHE — O rugido inconfundível das Superbikes voltou a ecoar pelo traçado do Estoril. Num fim de semana de emoções fortes, quedas inesperadas e ultrapassagens de cortar a respiração, o Campeonato do Mundo de Superbikes voltou a brindar o público português com corridas de altíssima intensidade, deixando em aberto o desfecho do título mundial de 2025.
Histórico e legado das Superbikes
Criado em 1988, o Campeonato do Mundo de Superbikes (WSBK) é uma das principais competições de motociclismo a nível global. Ao contrário do MotoGP, as Superbikes utilizam motos derivadas de modelos de estrada, altamente modificadas, mas que mantêm a sua base de produção.
O Autódromo do Estoril tem sido palco de várias rondas do mundial ao longo da sua história, tendo recebido o campeonato em sete ocasiões até 2025. Um circuito técnico e desafiante, que continua a merecer elogios de pilotos e equipas.
O traçado do Estoril: técnica, velocidade e emoção
O Circuito do Estoril tem 4,182 km de extensão e 13 curvas — nove para a direita e quatro para a esquerda. A reta da meta, uma das mais longas do campeonato, permite às Superbikes atingirem velocidades superiores a 315 km/h, proporcionando um espetáculo visual impressionante e exigindo dos pilotos total concentração e controlo.
O formato das corridas
Cada ronda do Mundial de Superbikes é composta por duas corridas principais e uma Superpole Race, uma corrida curta com metade das voltas, disputada entre as provas principais. No Estoril, o programa seguiu esse formato clássico, com a Superpole colocada entre as corridas de sábado e domingo.
As motos deste campeonato, com cilindradas até 1000cc, desenvolvem cerca de 240 cavalos de potência e podem ultrapassar os 320 km/h, combinando engenharia extrema com perícia humana.
Os treinos e os protagonistas
As três sessões de treinos livres de sexta e sábado já davam sinais da competitividade em pista.
Nos primeiros lugares destacaram-se Toprak Razgatlioglu (#1), Nicolo Bulega (#11), Alex Lowes, e Axel Bassani (#47)— um quarteto que demonstrou consistência e rapidez em todas as sessões.
O público presente percebia: o fim de semana prometia corridas eletrizantes.
Corrida 1: domínio turco e drama nas primeiras voltas
A primeira corrida contou com 18 pilotos na grelha e prometia intensidade desde a luz verde.
Logo na primeira volta, registaram-se quedas de Bassani, Sofuoglu, Nagashima e Van Der Mark, com estes dois últimos ainda a conseguirem regressar à corrida.
O piloto turco Toprak Razgatlioglu (#1) assumiu o comando na terceira volta, após breve liderança de Álvaro Bautista (#19), da equipa Aruba.it Racing. Com a sua BMW M1000RR, Toprak não mais largou a dianteira, cruzando a meta com autoridade.



“Pódio” Corrida 1 / Superpole Race:
Toprak Razgatlioglu (#1 – TUR)
Nicolo Bulega (#22 – ITA)
Álvaro Bautista (#19 – ESP)
Corrida 2: a vingança italiana
A corrida de domingo arrancou novamente às 14h00, cumprindo o horário previsto, e trouxe o desfecho perfeito para o equilíbrio do campeonato.
Desta vez, Nicolo Bulega (#11), em Ducati Aruba.it Racing, partiu determinado a devolver o golpe.

Logo nas primeiras voltas, Toprak Razgatlioglu perdeu terreno, caindo para o 5.º lugar, enquanto Bautista se mantinha na 4.ª posição.
Bulega, num ritmo imparável, chegou a ter 15 segundos de vantagem, gerindo a corrida de forma impecável até à bandeira axadrezada.

Pódio Corrida 2:
Nicolo Bulega (#22 – ITA)
Toprak Razgatlioglu (#1 – TUR)
Álvaro Bautista (#19 – ESP)

PODIO DOMINGO dia 12
O italiano venceu com categoria, enquanto Razgatlioglu e Bautista completaram o pódio, numa corrida sem margem para erro.
Classificação geral após o Estoril:
1º Nicolo Bulega (#22 – ITA) — 580 pts
2º Toprak Razgatlioglu (#1 – TUR) — 541 pts
3º Álvaro Bautista (#19 – ESP) — 292 pts
Ducati avança, o campeonato ferve
A regularidade de Álvaro Bautista, sempre presente no top 3, foi crucial para manter a Ducati no topo da classificação de construtores.
Com esta vitória, a marca italiana valida o título mundial de marcas, a uma semana da ronda final no circuito de Jerez, em Espanha.


Público, impacto e futuro
Mais de 25 mil espectadores passaram pelo Autódromo do Estoril durante o fim de semana, segundo estimativas da organização, num evento que volta a consolidar o estatuto do concelho de Cascais como palco privilegiado do desporto motorizado.

O impacto económico direto — entre hotelaria, restauração e comércio local — é estimado em valores superiores a meio milhão de euros, em linha com outros eventos de igual dimensão.
As expectativas para 2026 já estão lançadas: fala-se na possibilidade de Miguel Oliveira integrar a equipa ROKiT BMW Motorrad WorldSBK Team, substituindo Toprak Razgatlioglu, que deverá regressar ao MotoGP.
Conclusão
O Mundial de Superbikes no Estoril voltou a provar porque é um dos eventos desportivos mais emocionantes realizado no Concelho de Cascais.
Velocidade, quedas, rivalidade e glória — tudo num só palco, com o público a vibrar curva após curva.
O campeonato segue agora para Jerez, onde se decidirá o novo campeão mundial.
Mas uma coisa é certa: o Estoril deixou a sua marca — e o rugido das Superbikes continuará a ecoar por muito tempo no coração dos fãs.
Como nota final e criada a expectativa para a época de 2026, Miguel Oliveira toma o lugar de Toprak Razgatlioglu na ROKIT BMW .