3 de August, 2025
INVESTIGADORES da PSP de Cascais detiveram trio que marcava encontros sexuais através da aplicação Grindr para agredir e roubar  
Atualidade Investigação

INVESTIGADORES da PSP de Cascais detiveram trio que marcava encontros sexuais através da aplicação Grindr para agredir e roubar  

Ago 2, 2025
MORADIA devoluta (assinalada no circulo a vermelho) era onde o trio de jovens agredia, roubava e humilhava vítimas aliciadas através de plataforma para encontros sexuais (Créditos: Cascais24Horas)

CASCAIS- Investigadores criminais da Divisão Policial de Cascais identificaram, localizaram e detiveram três jovens suspeitos de roubos violentos praticados numa casa devoluta, na Parede, contra indivíduos que aliciavam através da aplicação Grindr para encontros sexuais no seio da comunidade LGBTQ+.

Os suspeitos, de 17 e 18 anos, são os presumíveis autores de, pelo menos, quatro agressões com roubos, e viram confirmadas a prisão preventiva depois de submetidos a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Cascais.

Segundo a PSP, “na sequência de uma investigação relacionada com a prática de quatro roubos agravados mediante o recurso a armas brancas praticados desde novembro de 2024, foi possível apurar que os suspeitos utilizavam uma aplicação e rede social destinada à marcação de encontros amorosos/sexuais no seio da comunidade LGBTQ+ para a consumação dos roubos, através da qual aliciavam as vítimas, do sexo masculino, para encontros numa casa devoluta”.

Ao comparecerem na casa para os encontros para os quais tinham sido aliciadas, as vítimas eram ameaçadas, agredidas e humilhadas e, com recurso a armas brancas, eram –lhe roubados telemóveis e outros objetos.

SUSPEITOS foram detidos nas regiões de Sintra e do Sul doPaís

A investigação realizada pelos agentes da Esquadra de Investigação Criminal (EIC) de Cascais permitiu apurar, ainda, que os suspeitos efetuavam levantamentos bancários não autorizados, que posteriormente dividiam entre si.

No decurso das diligências investigatórias e probatórias, foi possível localizar e apreender, dois telemóveis dos suspeitos, diversos vídeos efetuados pelos mesmos aquando da consumação dos ilícitos, sendo percetível a forma concertada como planeavam as suas ações e o elevado nível de frieza e violência na concretização dos roubos, chegando algumas vítimas a necessitar de tratamento hospitalar.

De acordo com a investigação, “além da violência, chegaram também a humilhar algumas das vítimas, obrigando-as, sob coação de armas brancas, a dançar e efetuar cânticos homofóbicos”.

Os investigadores, que trabalharam dia e noite no caso, encontraram indícios que associam os suspeitos a outros dois roubos denunciados, semelhantes aos anteriores, sendo um praticado com arma branca e outro praticado com arma de fogo, factos que foram apresentados à autoridade judiciária competente para eventual reabertura do processo.

Vítimas por identificar

Os investigadores criminais acreditam que possam existir muitas mais vítimas para além das que são conhecidas.

“A PSP encontra-se neste momento a efetuar diligências para identificar vítimas que são visualizadas em alguns dos vídeos apreendidos a serem agredidas e/ou roubadas pelos suspeitos que, ao que tudo indica, não terão denunciado os crimes”, refere a PSP em comunicado divulgado este sábado.

A PSP refere acreditar “que este tipo de atividade operacional será, como tem sido, suficientemente impactante para que o fenómeno, prioritário em termos de intervenção policial, continue a sofrer decréscimos assinaláveis pela dissuasão de grupos de autores com pretensões idênticas desta natureza”, e promete que “manterá as medidas de prevenção criminal necessárias ao fortalecimento do sentimento de segurança das populações, em geral, e das vítimas deste tipo de crimes, em particular”.

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