
GRUPO brasileiro JHSF diz não “ter interesse em participar na concessão” do Aeródromo de Tires

CASCAIS- O grupo brasileiro JHSF, citado pelo TAL&QUAL como tendo apresentado um projeto no âmbito da concessão do Aeródromo de Tires, enviou, a Cascais24Horas, uma nota na qual afirma “não estar interessado em participar do processo de concessão”.
Marcelo Onaga, diretor da agência de comunicação brasileira A Brcomm, que representa a JHSF na área da consultadoria e comunicação, afirma que “de maneira contrária ao que consta na matéria, a empresa não apresentou nenhum projeto ao Município de Cascais e que dentro do modelo de concessão que tomou conhecimento não tem interesse em participar do processo da forma que está sendo estruturado”.
Recorda-se que a notícia, na qual é mencionada a JHSF, faz capa da última edição do semanário TAL&QUAL, que titula: “Pressa de Carreiras preocupa Secretas” e que avança que os serviços de segurança portugueses temem que a concessão, “decidida de afogadilho pelo presidente da Câmara de Cascais, caia nas mãos do Primeiro Comando da Capital”.
A JHSF, que tem interesses em Cascais, foi fundada em 1972 e é, atualmente, líder no setor imobiliário de alta renda no Brasil e não só, possuindo uma expressiva atuação nos mercados de shopping centers, fashion retail, hospitalidade e gastronomia, desenvolvimento imobiliário e aeroportos. É, por exemplo, a gestora do São Paulo Catarina Aeroporto Executivo Internacional – o primeiro aeroporto internacional dedicado à aviação executiva no Brasil, inaugurado em 2019.
Por cá, a alegada celeridade com que Carlos Carreiras, ainda presidente do município de Cascais, quer privatizar o aeródromo de Tires, estará, segundo o jornal, a preocupar a PJ e o SIS, que receiam que a concessão possa vir a atrair a máfia brasileira, nomeadamente o Primeiro Comando da Capital (PCC), a organização criminosa que estará, desde há alguns anos, a utilizar Portugal como trampolim para o tráfico internacional de cocaína.
De acordo com o TAL&QUAL, “um dos negócios favoritos do PCC é o da aviação comercial” e o “aeródromo de Tires, propriedade da Câmara Municipal de Cascais, e a sua possível concessão a privados, no caso a um grupo de capitais do Brasil, está a ser analisado à lupa pelos serviços de informação que temem uma infiltração do crime organizado em todo o processo”.
Revela o TAL&QUAL que um dos principais interessados na concessão é o grupo brasileiro JHSF, que apresentou um projeto ao autarca, que prevê a concessão do aeródromo, mas também a criação de uma universidade do ar, à semelhança de uma que existe no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo”.
Entretanto, questionado por Cascais24Horas a propósito da notícia que faz manchete do TAL&QUAL, o Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, fez saber através da sua chefe de gabinete, Ana Rita Venâncio, que “não comenta notícias falsas e especulativas”.
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