
ALCABIDECHE– A GNR está a averiguar o caso de uma mulher oriunda da Tchetchênia, que afirmou ter estado alegadamente sequestrada desde há duas semanas numa casa, na Malveira da Serra, onde foi encontrada esta quinta-feira, de manhã, apurou Cascais24Horas.
No entanto, segundo Cascais24Horas soube, o indivíduo, de nacionalidade estrangeira, que estaria na casa, terá dado outra versão aos militares da Guarda ao afirmar ter conhecido a mulher numa obra, em Sesimbra, onde ambos trabalhavam e que ela apareceu esta manhã na sua residência.
A vítima, 39 anos, que apresentaria sinais de agressão e subnutrição, foi conduzida à GNR de Alcabideche pela patrulha móvel, que tinha sido chamada ao local para um alegado caso de violência doméstica e encontrou a mulher no quintal da habitação.
Foi posteriormente transportada à urgência do Hospital de Cascais pela ambulância do INEM dos Bombeiros de Alcabideche.
Na unidade hospitalar, a mulher terá contado que está em Portugal há mais de três anos para onde veio aliciada para trabalhar e que antes de ser trazida para a casa da Malveira da Serra terá vivido numa quinta em Sesimbra, onde seria fortemente controlada e agredida, não estando excluídas relações sexuais forçadas.
Revelou, igualmente, ter quatro filhos, que estão recolhidos na Casa Pia de Lisboa.
Já o indivíduo identificado pela GNR de Alcabideche na casa da Malveira da Serra terá assegurado que “conheceu a mulher numa obra, em Sesimbra, e que ela apareceu hoje na sua casa bastante exaltada”, o que contraria a afirmação da vítima a um tradutor ao qual afirmou que “estava sequestrada naquela casa há duas semanas, em algumas ocasiões fechada a cadeado”.
Fonte da GNR, contatada por Cascais24Horas, confirmou que “todo este caso é, ainda, bastante confuso, estando a ser averiguado”, com todas as hipóteses em aberto para a descoberta da verdade.
A mesma fonte não confirmou nem desmentiu eventuais suspeitas da mulher eventualmente estar a ser vítima de uma rede de tráfico humano dirigida e controlada pela máfia russa.
“Nesta fase, pode ser especulativo avançar com semelhante hipótese”, concluiu a mesma fonte, segundo a qual “ainda procuramos separar a verdade da mentira e apurar os factos, embora o caso tenha sido, entretanto, comunicado ao Ministério Público”.