20 de May, 2025
GANG do Norte estendeu tentáculos ao Estoril
Atualidade Justiça

GANG do Norte estendeu tentáculos ao Estoril

Mai 9, 2025

PORTO- Um gang do Norte do País, agora acusado pelo Ministério Público do Porto de vários ilícitos criminais, entre os quais o furto de veículos, que rendeu aos seus 25 membros mais de 650 mil euros, estendeu os seus tentáculos à região do Estoril.

O Ministério Público apurou que a atividade criminosa estendeu-se entre março de 2021 e agosto de 2024, estando indiciado que os arguidos, acusados dos crimes de furto e falsificação de documentos, procederam à subtração de diversos veículos automóveis aparcados na via pública, de diferentes marcas e modelos, e em várias regiões do País.

O Estoril conta-se entre as regiões onde o gang atuou, embora preferencialmente tenha desenvolvido a sua atividade criminosa em Matosinhos, Braga, Vila Nova de Famalicão, Maia, Castelo Branco, Porto, Vila do Conde e Póvoa do Varzim.

Além dos veículos, os membros do gang também furtavam chapas de matrícula de outras viaturas, que depois usavam nos veículos furtados e para o sucesso dos furtos muniam-se de equipamentos eletrónicos específicos como rastreadores GPS, emuladores e dispositivos Jammer (inibidores de sinais de GPS) e, quase sempre aparcavam os veículos furtados em locais diferentes e por dias, para despistar qualquer localização por parte das autoridades policiais ou dos proprietários.

Por despacho de 14 de abril último, o Ministério Público no Diap Regional do Porto acusou vinte e cinco arguidos pela prática vários ilícitos. A saber: Quatro por diversos crimes de furto qualificado e a dois deles, ainda crimes de falsificação de documentos, uma sociedade gerida por um daqueles arguidos autor dos furtos, por um crime de branqueamento, dezasseis por diversos crimes de recetação e de recetação agravados, respondendo dois deles, ainda, por crimes de falsificação de documentos e, um outro, por diversos crimes de condução sem habilitação legal, uma outra sociedade, igualmente, por crimes de recetação e falsificação de documentos, dois arguidos, sendo uma funcionária pública, por diversos crimes de acesso ilegítimo agravado e crimes de violação do dever de sigilo, respondendo o arguido, ainda, por crimes de falsificação de documentos e, finalmente, um outro arguido, por crimes de simulação de crime, burla qualificada e falsificação de documentos.

O Ministério Público nortenho revela que um dos arguidos usou a sociedade que geria para dissimular os ganhos com a venda dos veículos furtados, chegando mesmo, através da mesma, a adquirir um imóvel cujo pagamento foi assegurado com os proveitos ilícitos.

Já em relação aos arguidos acusados dos crimes de recetação, indicia-se que adquiriam os veículos furtados por aqueles arguidos ou as peças que deles provinham, assim como adquiriram a diferentes pessoas não identificados,também provenientes de crimes contra o património.

O Ministério Público Indicia também a participação de uma arguida, funcionária de uma conservatória da Trofa, por alegadamente ter fornecido, de forma ilegítima, a outro arguido, por diversas vezes, nomes e moradas dos proprietários de veículos.

Por fim, o Ministério Público do Porto imputa a um arguido a falsa participação à respetiva companhia de seguros do furto de um veículo de sua propriedade, com o propósito de obter o reembolso do crédito que estava a pagar.

A investigação a este grupo organizado calcula uma vantagem da atividade criminosa superior a €650.000,00 que o Ministério Público requereu que fosse declarada perdida a favor do Estado, sem prejuízo dos direitos dos ofendidos.

Só um dos arguidos, principal autor dos furtos dos veículos, encontra-se desde outubro do ano passado em prisão preventiva, aguardar os termos do processo.

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