
FIM do Ramadão da comunidade islâmica de Cascais no Jardim da Parada gera duras criticas à Câmara Municipal

CASCAIS- A autorização dada pela Câmara Municipal de Cascais à comunidade muçulmana de Cascais para que celebrasse, este domingo, no Jardim público da Parada, o fim do Ramadão com a chamada festa Eid al-Fitr – a “celebração do fim do jejum”, está a gerar duras criticas de largas centenas de cascalenses na página oficial do município no Facebook.
Em Cascais, segundo dados do município, a comunidade islâmica “representa entre 8 e 10 mil munícipes”.
No domingo, a partir das 7h30 da manhã, o Jardim da Parada reuniu mais de meio milhar de muçulmanos, que celebraram o fim do Ramadão.
A informação, acompanhada de imagens, foi largamente publicitada em posts na página oficial da Câmara de Cascais do Facebook e não tardaram centenas de comentários, todos eles críticos, ao executivo ainda chefiado por Carlos Carreiras.
Um dos comentários questiona “onde estão as mulheres?” nesta celebração e um outro diz mesmo que “O senhor Carlos Carreiras está a esquecer-se que tem familiares femininas jovens ainda, assim como eu e que esta gentalha não respeita, saia da Câmara no final de mandato de cabeça erguida, foi um exemplo nacional no covid não estrague a sua imagem, esta gente prometeu instalar o Islamismo na europa e com ajudas destas é mais fácil. esta publicação é uma VERGONHA para a câmara”.
A propósito, ainda outro comentário deixado na página oficial do município volta a questionar: Onde estão as mulheres e as crianças? Mais um ano passou e continuo sem as ver nestas fotografias. A Câmara de Cascais concorda com esta segregação? Podem ter a certeza que as Cascalenses não acham graça nenhuma a estes apartes. São uma vergonha! Tenham juízo e zelem pela nossa Cultura e Civilização”.
“Não sou xenófoba mas acho que estamos a ir longe demais, eles têm as mesquitas e locais próprios da religião deles para os suas práticas, inclusão sim mas com limites, acho eu, é a minha humilde opinião”, refere uma outra seguidora do Facebook do município, enquanto um outro interroga-se: “Isto é em Cascais?!? Pensava ser na Índia…”.
Um outro seguidor desafia: “Bora lá tentar construir uma igreja católica no Irão!!!…oh vais…”, com um outro a questionar: “Gostaria de saber quantas celebrações católicas de Páscoa serão permitidas nos países muçulmanos”.

“A Camara municipal permite que um grupo religioso utilize áreas públicas para suas celebrações, abrirá precedente para que todas as crenças reivindiquem o mesmo direito. Isso levanta questões sobre a imparcialidade da gestão pública e o uso correto dos espaços coletivos. Além disso, eventos religiosos em locais públicos podem gerar desconforto para parte da população. A Camara Municipal nao se pode achar dona disto tudo e fazer que bem entender”, defende um outro seguidor da página oficial do município.
Já um outro cascalense, João de Jesus Ferreira, dirige-se diretamente ao chefe do executivo, Carlos Carreiras, endereçando-lhe quase que uma espécie de exposição: “Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Venho por este meio manifestar a minha profunda indignação e total desacordo relativamente ao envolvimento do Município de Cascais nas celebrações do Ramadão. Considero esta iniciativa não só um desrespeito pela laicidade do Estado e pelo princípio da neutralidade religiosa que deve pautar a atuação das entidades públicas, mas também um atentado à equidade no tratamento das diferentes confissões religiosas. O Município de Cascais, como entidade pública que representa todos os cidadãos, independentemente das suas crenças, não deve, de forma alguma, privilegiar ou promover qualquer religião em particular. A participação ativa da Câmara numa celebração religiosa específica constitui um claro desvio das suas funções institucionais e abre um precedente perigoso que pode comprometer a imparcialidade que se exige de uma administração pública. É inaceitável que recursos públicos, direta ou indiretamente, sejam canalizados para apoiar eventos religiosos. Se a Câmara decide envolver-se no Ramadão, estará disposta a apoiar, com igual entusiasmo e meios, todas as celebrações de todas as religiões existentes no concelho? Ou estaremos perante um favorecimento seletivo, contrário aos valores democráticos e à separação entre Estado e Religião? O Município de Cascais deveria concentrar-se nas suas responsabilidades fundamentais: melhorar a qualidade de vida dos munícipes, garantir infra-estruturas dignas, promover segurança e investir no bem-estar da população. Qualquer envolvimento institucional em celebrações religiosas não só desvia a atenção dessas prioridades, como também pode ser visto como uma tentativa de agradar a determinados grupos em detrimento do interesse geral. Exijo, portanto, uma explicação clara sobre os critérios que levaram a Câmara Municipal de Cascais a envolver-se nesta celebração e, acima de tudo, que seja revista e cessada qualquer participação oficial em eventos de caráter religioso. A neutralidade do Município é uma garantia fundamental do respeito por todos os cidadãos, sem exceção. Aguardo um esclarecimento público sobre esta situação.”
Cascais24horas procurou, esta segunda-feira, à tarde, obter uma posição da Câmara Municipal de Cascais e do seu ainda presidente relativamente a esta matéria, mas sem sucesso.
Notícia publicada às 20h45