ASSEMBLEIA geral dos Bombeiros de Cascais faz minuto de silêncio em memória de Vítor Neves
Por Redação | 18h06
A Assembleia-Geral da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cascais prestou homenagem a Vítor Neves com um minuto de silêncio em memória daquele que foi vice-presidente da instituição durante 40 anos e faleceu no dia de Natal, a 25 de dezembro do ano passado.
Esta assembleia foi a primeira a ter lugar depois do falecimento do conhecido e prestigiado dirigente, que também exerceu durante mais de 20 anos altos cargos no Estoril Praia. (Ler mais abaixo homenagem de Rui Rama da Silva em artigo publicado em dezembro em Cascais24Horas)
Entretanto, a Assembleia-Geral dos Bombeiros de Cascais aprovou, por unanimidade, o Relatório e Contas de 2023, tendo, na oportunidade, o Conselho Fiscal, no seu parecer, sublinhado que “não pode deixar de realçar a correta gestão seguida pela Direção no sentido de manter o equilíbrio financeiro para enfrentar as atuais dificuldades que os bombeiros nos últimos anos continuam a atravessar”, salientando, ainda, tratar-se “de uma tarefa muito difícil nos dias de hoje”.
Os atuais órgãos sociais da Associação completam no final do ano dezasseis (16) mandatos consecutivos em funções e, segundo Cascais24Horas apurou, neste momento a dúvida está em manterem-se mais um com a condição de que estejam reunidas as condições para depois passarem o testemunho.
DE PROFISSIONAL EXÍMIO A VOLUNTÁRIO EMPENHADO
Vítor Neves era uma personalidade tão rica quanto simples, discreto e até humilde. Nunca se importou muito com a sua pessoa, mas era um defensor acérrimo dos outros, seja no exercício profissional de ferroviário, quanto no dirigismo desportivo, quanto no dirigismo associativo de bombeiros.
Era um homem que se fez a si próprio por mérito e sacrifício. Por isso, na sua carreira de ferroviário ligado à manutenção dos comboios da Linha de Cascais muito cedo foi-lhe reconhecida a competência e o apego. As muitas pessoas com quem trabalhou o testemunham. Igualmente, os aprendizes e outros profissionais que chefiou o dizem. Deixou marcas e um cunho muito pessoal na profissão de que tanto se orgulhava.
A sua vida de dirigente associativo dos bombeiros de 40 anos e, cumulativamente, de 20 na direção do Estoril-Praia cuidando dos mais novos, foi mais uma prova de quem lutava pelos ideais e sonhos, sempre discreto, sempre colaborativo, sempre solidário, sempre humano, sempre sensível.
Pessoalmente, faleceu-me um Amigo com quem tive o enorme gosto e privilégio de trabalhar 31 anos consecutivos. Em conjunto com os restantes elementos da direção dos Bombeiros Voluntários de Cascais, mas em particular os dois, vivemos momentos bons, momentos difíceis, corremos riscos inesperados ou ponderados a liderar compromissos relativos à construção do quartel, à remodelação do teatro Gil Vicente, que agora nos preparávamos para repetir, à aquisição de viaturas, um enorme desafio que nos levou aos EUA e a trazer muitas, e à construção da piscina há 10 anos. Construção que o Vítor acompanhou mais de perto. Mais recentemente, a sua militância permanente na defesa das candidaturas ao Orçamento Participativo, contra alguma indiferença de outros, fez verdadeiros milagres.
São prova disso, a inauguração que decorre quinta-feira próxima na piscina dos melhoramentos que ali foi possível introduzir com apoio do OP em termos de sustentabilidade e eficiência energética. O Vítor lutou muito por isso e, também por essa razão, a nossa obrigação é não adiar a festa que, antes de mais, é dele.
O Vítor nunca disse não a nada, pese embora outras dificuldades, nomeadamente pessoais, que estivesse a sentir.
A nossa obrigação é honrar a sua memória e, nesse sentido, dar cumprimento às metas e sonhos que acalentava.