APARECEM e desaparecem

Com a aproximação das eleições autárquicas é natural que surjam novos candidatos que se apresentam, desconhecidos da maioria alguns deles, porventura críticos ao passado, mas muito esperançosos, garantidamente, no trabalho que irão desenvolver caso os eleitores os escolham.

É comum dizer-se que da discussão nasce a luz. Mas para que isso aconteça importa que haja matéria de discussão, que se conheçam minimamente os candidatos, o que já fizeram, o que fazem e o que pretendem fazer pela terra.

O problema é que pouco têm a contar sobre o que já fizeram e o que fazem no momento, ou seja, vêm agora prometer muito, mas têm pouco para mostrar.

Os candidatos podem até, no seu entender, reunir condições excecionais. Também por isso é de estranhar que no passado ou na atualidade nunca ninguém os tenha visto associados a qualquer projeto, causa local, entidade ou associação.

Invariavelmente esses cuidados dão sempre muito trabalho e dores de cabeça, não dão a visibilidade que se deseje nem projeção social que se queira alcançar.

Dir-se-á que, independentemente de qualquer outra referência, pessoal ou até académica, os candidatos “surpresa” não têm nada para contar sobre o que fizeram.

Este é o ponto de situação relativamente a muitas das candidaturas apresentadas para a gestão autárquica. Por isso, haja quem diga que só acordaram agora ou apenas nesta ocasião viram uma janela de oportunidade, qual sebastianismo salvífico que tudo sabe e tudo promete fazer.

A questão não é nova. Repete-se sempre com mais ou menos candidatos, mas tendo em comum o seu aparecimento fulgurante antes das eleições e o seu desaparecimento de mansinho após o ato.

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