A 10 de março cumpre-se também Abril mais do que nunca!
Na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, apresentada em 7 de novembro de 2023, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 10 de março.
Na oficialização do anúncio feito ao País, em 9 de novembro, o Presidente da República assumiu a dissolução da Assembleia da República como uma “decisão própria”, justificando-a com “a natureza do voto nas eleições de 2022, personalizando-a no primeiro-ministro, com base na sua própria liderança, candidatura, campanha eleitoral e esmagadora vitória”.
Chegados aqui, as eleições legislativas, no próximo dia 10 de março de 2024, são de extrema importância.
Analisando algumas sondagens, poder-se-á colocar a hipótese de o país se tornar ingovernável dada a instabilidade política esperada dos resultados eleitorais. Num cenário em que a extrema-direita ganha poder na Europa e noutras partes do mundo, via coligações, Portugal não está imune e corre o risco de ficar refém dessas forças políticas, populistas, racistas e xenófobas.
Nenhum destes cenários é bom para o País, pondo em risco a democracia e a liberdade, que tanto nos custou a conquistar.
Por isso, é dever de todos os que defendem a democracia, apelaram ao voto com profunda sensatez, ponderação e pensando unicamente nos interesses maiores de Portugal e respeito pelos valores consagrados na nossa Constituição.
Os debates televisivos, apesar de muito curtos, são muito esclarecedores relativamente a quem defende os interesses do País num sistema democrático, num Estado de Direito, acima dos interesses partidários, e quem defende ideologias ultranacionalistas e autoritárias, que nem sempre representam uma corrente de pensamento político com posicionamento extremista, mas que tentam iludir os eleitores de que defendem o patriotismo, que é algo muito diferente do nacionalismo.
Nos debates podemos verificar que existem promessas para todos os gostos, dar tudo a todos ao mesmo tempo, esquecendo a trajetória descendente da dívida pública e com défices orçamentais próximos do zero.
É neste esforço, macroeconómico, que se devem centrar as políticas públicas, com mais ação e decisão para defesa dos valores democráticos e do Estado Social, bem como para a promoção de uma Economia especializada, inovadora e agregadora.
No dia 10 de março não se decide apenas o futuro do País para os próximos 4 anos, cumpre-se também Abril, mais do que nunca!
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