TRABALHO comunitário para ativistas que tomaram de “assalto” Aeródromo de Tires
CASCAIS– Os seis jovens ativistas da Climáximo, que entraram em dezembro do ano passado no Aeródromo de Tires, pintaram a vermelho um jato de luxo e acorrentaram-se ao mesmo, foram condenados pelo Tribunal de Cascais a 15 meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período de tempo e a 135 dias de multa, substituída pela prestação de igual número de horas de trabalho a favor da comunidade.
A sentença foi proferida pelo Juízo Local de Pequena Criminalidade de Cascais no final do julgamento, em processo abreviado, em que os jovens foram julgados pela prática, em coautoria material, de um crime de atentado à segurança de transporte por ar, água ou caminho de ferro.
Os arguidos foram ainda condenados pela prática dos crimes de introdução em lugar vedado ao público e de dano.
Em cúmulo jurídico, foram condenados na pena de quinze meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período de tempo, e 135 dias de multa, substituída pela prestação de igual número de horas de trabalho a favor da comunidade.
Em síntese, o Tribunal deu como provado que, no dia 6 de dezembro de 2023, os arguidos, membros de uma organização ativista ambiental, acederam à zona reservada de segurança do Aeródromo Municipal de Cascais e, de seguida, acorrentaram-se ao trem de aterragem de uma aeronave aí estacionada, bem como a pulverizaram com tinta.
Mais deu o tribunal como provado que, em consequência da conduta dos arguidos, o tráfego aéreo de e para o Aeródromo foi encerrado, originando o desvio de 1 voo e o cancelamento de outros 11 voos.
A sentença ainda não transitou em julgado.
Os seis jovens da Climáximo foram detidos pela PSP depois de terem invadido o aeroporto municipal em Tires, onde pintaram um jato privado e acorrentaram-se ao aparelho, em protesto contra voos de luxo.
Os jovens protestavam contra as emissões de gases poluentes produzidas pelo setor da aviação de luxo, referindo, num comunicado divulgado no dia dos acontecimentos, “que uma viagem num jato privado entre Londres e Nova Iorque “emite mais CO2 [dióxido de carbono] do que uma família portuguesa num ano inteiro”.
(Notícia publicada às 20h08)